O Palmeiras estreia no Mundial de Clubes neste domingo (15), e o Lance! conversou com Felippe Facincani, que analisou o trabalho de Abel Ferreira no clube. O jornalista apontou mudanças recentes na condução da equipe e afirmou que o treinador passou a temporada de 2023 e o início de 2024 insistindo em escolhas baseadas na confiança em nomes consolidados no clube, e não na meritocracia, o que teria prejudicado o desempenho do time em campo.
— O Abel, pelo Palmeiras, nunca esteve balançado no cargo. Isso era uma questão da imprensa — e de alguns, boa parte na verdade — de torcedores que não estavam enxergando no Abel aquele cara que, até 2022, um pouquinho de 2023, usava mais da meritocracia do que, de fato, de escolhas que tinham muito mais a ver com confiança e história no Palmeiras, pra você formatar a equipe — disse Facincani.
Segundo o jornalista, o Palmeiras ficou “largado” no início do ano de 2024, sem intensidade ou motivação, o que teria levado o próprio Abel a cogitar a saída do clube. Facincani citou a negociação com o Al-Sadd, do Catar, que gerou um impasse jurídico:
— O próprio Abel quase foi embora. Ele buscou conversar com o clube do Catar, com o Al-Sadd. Até agora não se sabe qual foi o tipo de documento que foi assinado — se foi um pré-contrato, se foi uma carta de intenção. Mas que isso foi pra FIFA, que isso gerou um problema pro Palmeiras, que isso gerou valores a serem ressarcidos.

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Facincani também afirmou que nunca pediu a demissão do treinador, mas que considerou o fim de ciclo diante das escolhas no Campeonato Paulista deste ano:
— O que eu falei é que, pra mim, do jeito que estava no Campeonato Paulista, era fim de ciclo. Se é assim que vai ser atuado no Palmeiras, é melhor trocar. Agora, se tiver uma melhora daqui pra frente, claro que ele é um cara que tem muita história.
Ele lembrou ainda que, após a eliminação para o Boca Juniors na Libertadores, lá atrás em 2023, Abel deu sinais de instabilidade no cargo:
— O primeiro cara que, numa instabilidade, e que sempre deu letras de querer sair, foi o próprio Abel Ferreira. Não foi a imprensa. O Palmeiras ganha um Brasileiro nas costas de um garoto de 17 anos. ‘Ó, entra lá, Endrick, agora. Se vira aí. Vamos ver então se você é bom mesmo’. O moleque foi lá e mostrou que é bom.
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Por fim, Facincani ressaltou que as mudanças na equipe aconteceram por conta das lesões no elenco:
— As mudanças também só vieram por causa de acontecimentos. Agora é fácil falar que tudo voltou a ficar perfeito. Mas isso só aconteceu porque precisou ter um fato fora da curva — lesões — pra ele mudar o time e o Palmeiras voltar a jogar. Eu espero que daqui pra frente ele entenda que é a meritocracia, e não a teimosia. O jogo contra o Flamengo, dobrar o lateral, aquela coisarada toda que só faz mal ao Palmeiras… que isso não aconteça mais. E que o time volte a decolar do jeito que foi na mão dele entre 2020 e 2022.