Quatro jogadoras do River Plate, da Argentina, foram presas, neste sábado, 21 de dezembro, em São Paulo, após o caso de racismo durante a partida contra o Grêmio pela Brasil Ladies Cup. As atletas Candela Díaz, Camila Duarte, Juana Cangaro e Oriana Pintos foram encaminhadas ao 8° Distrito Policial (Brás), logo após a partida, realizada na última sexta (20/12), onde o caso foi registrado como injúria racial.

Segundo a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP), uma mulher de 19 anos, que não teve o nome revelado, é investigada. Na ocasião, a atleta Candela Díaz imitou um macaco em direção ao gandula, que foi defendido pelas jogadoras do Grêmio. O árbitro acabou expulsando seis atletas da equipe argentina, forçando o encerramento da partida. O time brasileiro foi dado como vencedor por 3 a 0 e avançou à final.

Uma audiência de custódia realizada neste sábado (21/12) determinou a prisão preventiva das jogadoras e levou em consideração a ausência de vínculos com o Brasil das atletas. O caso é acompanhado por membros do Consulado Geral da Argentina em São Paulo.

A defesa das atletas é representada pela advogada Thaís Sankari. Ao Estadão, a profissional vê exagero na determinação de prisão preventiva e afirmou que vai entrar com um pedido de habeas corpus neste domingo. Ela diz, ainda, acreditar que as jogadores estão sendo usadas como exemplo, e tem a expectativa de que elas estejam em casa até o Natal.

O Comitê Organizador da Brasil Ladies Cup decidiu neste sábado, pela eliminação do River Plate da edição atual, e suspensão de dois anos do torneio. Em contato com a reportagem, a assessoria do torneio informou que irá promover ações antes da final deste domingo, às 16h, entre Grêmio e Bahia. As equipes irão entrar em campo com uma faixa contra o racismo. Antes da partida, um representante de cada clube lerá um manifesto antirracista. Ainda serão colocadas mensagens nas placas de LED no campo.

Por sua vez, o River Plate se manifestou lamentando o caso e prometeu tomar "medidas disciplinares" contra a atleta e "continuará trabalhando para erradicar esse tipo de comportamento." O clube argentino ainda se comprometeu em ter a responsabilidade de sempre apresentá-las aos órgãos judiciais quando necessário até mesmo para que as atletas possam ser libertadas.

(Estadão Conteúdo)