Um bom exemplo de como a Copa América pode mudar a rota de uma seleção, e que serve de inspiração para a seleção brasileira, foi dado pela Argentina. Em 2021, os nossos vizinhos amargavam um jejum de 28 anos sem títulos. A última conquista havia sido na própria Copa América, em 1993. Neste período, a albiceleste colecionou inúmeros fracassos em momentos decisivos, como a perda da Copa do Mundo para a Alemanha, em 2014, além de quatro vice-campeonatos no torneio sul-americano.
Neste contexto, a Argentina entrou na Copa América de 2021, disputada no Brasil, extremamente pressionada. Com um desempenho seguro, a equipe liderada por Messi chegou à decisão e faturou o título com uma vitória por 1 a 0 contra os anfitriões, em pleno Maracanã, tirando das costas do melhor jogador do mundo e de seus companheiros o enorme peso de quase três décadas sem uma conquista.
"Depois de ganhar a Copa América, tudo o que estava por cima (pressão) foi retirado e começamos a jogar com muito mais liberdade. Fizeram (os jogadores) tudo o que pedíamos por 60, 70, 80 minutos ou a partida inteira, e agora está mais maduro e consolidado", disse, meses após a conquista, o técnico argentino Lionel Scaloni.
Mais solta, aliviada e novamente abraçada pelo seu povo, a Argentina voltou a fazer história no ano seguinte, conquistando o tricampeonato mundial, no Catar, após bater a poderosa França em uma final que, para muitos, foi a melhor de todas as copas.
Hoje, a Argentina segue navegando por mares tranquilos e lidera com tranquilidade as eliminatórias sul-americanas para a Copa do Mundo de 2026. São 15 pontos conquistados em seis jogos - oito a mais que a seleção brasileira, sexto na classificação geral.