Filadélfia (EUA) — Uma das coisas mais peculiares da Copa do Mundo de Clubes é a tentativa de americanização da modalidade pela FIFA. O tradicional cerimonial, com as duas equipes entrando juntas em campo foi substituído por uma apresentação individualizada, no melhor estilo NBA, com os jogadores sendo chamados um a um, seguidos por um espetáculo de luzes. O momento é um tanto quanto constrangedor, mas há quem tenha aprovado a inovação promovida pela entidade.

“É algo diferente, novo para a gente. Achei divertido. Por que não levar para a Premier League?”, declarou Romeo Lavia, volante belga do Chelsea. 

“A única questão é o frio: se fizermos isso na Inglaterra, podemos congelar esperando os outros jogadores”, brincou o jogador. 

Apesar da galhofa, Lavia destacou que o clube inglês tem aproveitado a experiência de disputar um torneio como o promovido pela FIFA. 

“Sempre aprendemos algo com torneios internacionais. Isso é o que torna tudo especial", concluiu. 

Na vitória do Flamengo sobre o Espérance, da Tunísia, por 2 a 0, na última segunda (16), os jogadores da equipe rubro-negra se confundiram com a proposta. Léo Ortiz, em cena até cômica, tentou salvar Léo Pereira, que se dirigiu para o outro lado proposto pelo cerimonial. 

E olha que o defensor do Flamengo é um dos grandes fãs das ligas esportivas norte-americanas, como a NFL. 

"É algo novo. A gente não está muito acostumado. Mas eu achei legal. Traz uma sensação diferente. E, sem dúvidas, poder jogar aqui, em um estádio como esse (do Philadelphia Eagles), que sempre vi pela TV, é a realização de um grande sonho", destacou o jogador rubro-negro. 

Léo Pereira chegou a anunciar uma das escolhas do New England Patriots, equipe da NFL — a liga de futebol americano —, na última seleção de jogadores oriundos das universidades.  

Sem mascotinhos 

A informação inicial era de que a novidade seria algo temporário e, com o passar da competição, o cerimonial voltaria a ser como o tradicional, mas a entrada estilizada tem sido mantida. Um dos motivos seria a estética habitual dos estádios de futebol americano, que não possuem um túnel que conduz ao centro dos campos. 

A sequência do cerimonial ainda apresenta outro momento curioso, onde os jogadores ficam frente a frente uns com os outros, exatamente como costuma ser na NBA e quando os capitães da NFL se encontram para o chamado "coin toss", que é o cara ou coroa tradicional.

Ao menos uma coisa que é feita na MLS, a liga de futebol dos Estados Unidos, não aconteceu. Quando gols são marcados, o estádio promove praticamente uma rave, com os refletores piscando por alguns segundos — a prática é o terror dos fotógrafos. 

Mas nada se compara ao fato da retirada dos mascotinhos. A oportunidade de entrar em campo com os atletas sempre foi um momento único para as crianças nos eventos FIFA, além de ser uma tradição no futebol mundial. Desta vez, a entidade preferiu priorizar o entretenimento.