A tensão do “Clássico do Milho” extrapolou as quatro linhas no último sábado (12/7), em Patos de Minas. Após a vitória da URT sobre o Mamoré, que selou a eliminação do rival na disputa pelo acesso à elite do Campeonato Mineiro, o vestiário visitante do Estádio Zama Maciel foi encontrado danificado. Divisórias quebradas, vasos sanitários destruídos e até uma porta arrancada foram mostrados em vídeo divulgado pelo clube mandante.
O presidente da URT, Igor Cunha, gravou imagens do local após o jogo, mas não apontou diretamente os autores da depredação. No entanto, o espaço havia sido ocupado pelo elenco do Mamoré, também de Patos de Minas.
Legenda: Vestiário do Estádio Zama Maciel depredado - Foto: Patos Já
Leia mais: Atlético paga salários atrasados aos jogadores antes de viagem para a Colômbia
Em entrevista ao O TEMPO Sports, o presidente do Conselho Deliberativo do Mamoré, Paulo Ricardo, o Cadim, lamentou o episódio e informou que o clube já custeou os reparos no vestiário.“Com relação ao que aconteceu no vestiário, é lamentável. Nós não identificamos quem foi. Só sabemos que, enquanto não tinha ninguém da comissão técnica, dos atletas da partida, dos diretores que ali estavam presentes, eu não estava, não aconteceu nada! Mas, como estava sob a nossa responsabilidade, nós devemos fazer os reparos dos danos, que é o que a gente fez. Providenciamos isso, já está resolvido. Inclusive ficou em R$ 1.800, para poder fazer os reparos naquelas divisórias de PVC que estavam lá e trocar o vaso sanitário”, detalhou.
Legenda: Prejuízo de quase R$ 2 mil - Foto: Patos Já
Além do vandalismo, Cadim denunciou ameaças recebidas por jogadores do Mamoré após o apito final. Ele criticou a falta de segurança e relatou que torcedores se aproximaram de uma janela do vestiário, o que comprometeu a privacidade dos atletas. “Lamentável, não sei se fomos nós que fizemos isso, mas a gente repudia, veementemente, como também repudia as atitudes de incitação à violência que ocorreu dentro do campo, após a partida e também a falta de segurança e privacidade dos nossos atletas ao final do jogo, no acesso e dentro do nosso vestiário, através de uma telinha que fica lá uma janela. Os torcedores chegavam e os atletas não tinham nem condições para trocar de roupa com privacidade”, afirmou.
Clássico do Milho com tensão além das 4 linhas: após vitória da URT, por 1 a 0, e eliminação do Mamoré, do Módulo II do Mineiro, o vestiário do Estádio Zama Maciel, utilizado pelos atletas esmeraldinos, foi destruído. Confira:
— O Tempo (@otempo) July 15, 2025
🎥 Imagens cedidas por Patos Já pic.twitter.com/V8lh1ZiQdm
Troca no comando e possível desfalque
Após a derrota, o Mamoré anunciou a saída do técnico Bruno Barros e de seu auxiliar Conrado. Em nota, o clube informou que agora volta suas atenções à equipe sub-20 e ao andamento do projeto da Sociedade Anônima do Futebol (SAF).
A reportagem apurou que, além da comissão técnica, boa parte do elenco também pediu desligamento após o revés. O fato preocupa a URT, já que o Mamoré enfrenta o Ipatinga no próximo sábado (19/7), pela quinta rodada da segunda fase. Um eventual desinteresse ou desmobilização da equipe pode influenciar diretamente no desempenho e nos rumos da tabela.
Nota de repúdio e apelo por lisura
Diante das especulações, a URT publicou uma nota oficial reforçando a importância da integridade da competição e condenando qualquer tipo de manipulação de resultados.
“Com o encerramento da fase classificatória do Módulo 2 do Campeonato Mineiro se aproximando, confiamos que todos os clubes participantes, bem como as autoridades competentes, Federação Mineira de Futebol (FMF), Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Polícia Civil, Ministério Público e Poder Judiciário, seguirão atentos e firmes no cumprimento de suas obrigações legais e morais, assegurando a integridade da competição e coibindo qualquer prática que levante suspeitas de facilitação de resultados ou manipulação.
Leia mais: Saiba quem são os jogadores do Cruzeiro com mais interações nas redes sociais
A URT também destacou as dificuldades enfrentadas pelos clubes do interior e reiterou a confiança na ética das instituições envolvidas.
Sabedores das dificuldades enfrentadas pelos clubes do interior e da importância de cada jogo nesta reta decisiva, temos convicção de que os princípios éticos e a honra das instituições envolvidas prevalecerão, em respeito às suas histórias, torcidas e profissionais”.
A URT também foi procurada pela reportagem de O TEMPO Sports, mas não se pronunciou até o fechamento desta reportagem. O espaço segue aberto.
*sob supervisão de Paula Coura.