Arena MRV

Atlético x Cruzeiro: árbitro relata gritos homofóbicos e arremesso de objetos

Em relatório enviado à Federação Mineira de Futebol, Paulo César Zanovelli não economizou detalhes sobre a atuação da torcida do Atlético, que chegou a jogar marmitas em campo

Por Luciene Câmara
Publicado em 04 de fevereiro de 2024 | 10:32
 
 
 
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Gritos homofóbicos contra Rafael Cabral e arremesso de objetos e alimentos no gramado da Arena MRV foram relatados pelo árbitro da partida, Paulo César Zanovelli, em súmula para a Federação Mineira de Futebol (FMF). No clássico entre Atlético e Cruzeiro, os donos da casa perderam por 2 a 0 para rival, em jogo realizado às 19h30 de sábado (3).

“Informo que, aos 26 minutos do primeiro tempo, quando o goleiro da equipe do Cruzeiro Esporte Clube, Sr. Rafael Cabral Barbosa, foi executar a cobrança de um tiro de meta, a torcida do Clube Atlético Mineiro entoou gritos homofóbicos proferindo os seguintes dizeres ‘bicha’”, relatou o árbitro Fifa. 

Poucos minutos depois, aos 35 minutos do primeiro tempo, um copo contendo líquido amarelo foi arremessado para dentro do campo, “não atingindo qualquer pessoa que participava da partida”, comentou Zanovelli. 

No momento da comemoração dos gols da equipe do Cruzeiro, aos 36 e 40 minutos do segundo tempo, também houve arremessos de objetos e alimentos. “Diversos copos com líquidos amarelo e transparente foram arremessados em direção aos jogadores desta equipe, todavia não atingiram os referidos atletas”. 

Outro ponto ressaltado pelo árbitro é que, aos 40 minutos do segundo tempo, foi arremessado para dentro do campo um marmitex de isopor, contendo alimentos (arroz e feijão tropeiro). Os alimentos caíram próximos ao árbitro assistente de número 2, Celso Luiz da Silva, porém não o atingiram. 

“Por fim, relato ainda que ao término da partida alguns copos, com os mesmos líquidos referidos acima, foram arremessados para dentro do campo de jogo, entretanto não atingindo qualquer pessoa que participava da partida”, completou Zanovelli.

Outro caso
Em 2022, o Atlético foi punido após o jogo da Copa do Brasil contra o Flamengo. Naquela partida - como em todas contra o rival -, a torcida entoou o canto considerado homofóbico, mas o árbitro não relatou na súmula. Com isso, o Flamengo enviou uma denúncia ao STJD alegando gritos "homofóbicos, misóginos e machistas" da torcida. 

O Galo, então, foi a julgamento e, representado pelo advogado Theotonio Chermont disse: "O politicamente correto está chato demais. As palavras são muito mais para xingar do que para ser preconceituoso. O torcedor não tem essa sensibilidade para discriminar, xinga para provocar”, afirmou a defesa na época.

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