O técnico Renato Paiva não comanda mais o Botafogo. A demissão, anunciada na noite de domingo (29), pegou o treinador de surpresa e, segundo o programa "Ta On", do Sportv, foi motivada pela recusa do técnico em aceitar interferências diretas de John Textor, dono da SAF do clube, nas decisões técnicas da equipe. A principal divergência teria sido a escalação com três volantes na recente derrota para o Palmeiras, pelo Mundial de Clubes.
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Em conversa com o apresentador André Rizek, na manhã desta segunda-feira (30), Paiva revelou bastidores do episódio que culminou em sua saída. O treinador disse que não foi convidado para nenhuma reunião explicativa e apenas recebeu a informação da demissão enquanto a delegação ainda estava hospedada na Filadélfia (EUA), após a eliminação diante do time paulista, no sábado.
- A alegação é interferência na escalação. Isso já vem desde quando o Botafogo estava no Brasil. Por exemplo, Cuiabano jogando de atacante. Textor não gosta porque quer vender um dia o Cuiabano como lateral, e isso atrapalha o plano comercial - revelou Rizek.
Outro ponto de atrito teria sido a escolha tática adotada no empate sem gols contra o mesmo Palmeiras, pelo Brasileirão. A utilização de três volantes desagradou Textor, que teria deixado claro ao treinador que não gostaria de ver o Botafogo jogando “daquele jeito” novamente, por considerar fora do chamado "Botafogo Way", filosofia de jogo que a gestão busca implementar.
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Apesar do revés na competição internacional, Paiva defende a atuação da equipe e nega qualquer problema no ambiente interno do elenco.
- O Paiva entende que o Botafogo controlou o jogo (contra o Palmeiras), e eu concordo com ele. O Textor falou para ele que não queria ver o time jogando novamente daquele jeito - disse Rizek.
Além de Renato Paiva, deixam o clube os auxiliares Ricardo Dionísio e Miguel dos Santos, o preparador de goleiros Rui Tavares e o preparador físico Daniel Castro, todos da comissão técnica.
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Renato Paiva havia sido anunciado pelo clube no dia 27 de fevereiro deste ano, após longa indefinição que durou quase dois meses. A vaga havia sido aberta após a saída de Artur Jorge, campeão da Libertadores e do Campeonato Brasileiro em 2024, que aceitou proposta do Al-Rayyan, do Catar.
Pelo Botafogo, Renato Paiva comandou a equipe em 23 partidas, com 12 vitórias, 3 empates e 8 derrotas, alcançando um aproveitamento de cerca de 56,5%. O desempenho foi marcado por altos e baixos, com críticas à consistência tática e escolhas estratégicas — especialmente nas partidas mais recentes.
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Com mais um capítulo de instabilidade técnica, o Botafogo se vê novamente diante do desafio de buscar um novo nome para o comando do time, em plena temporada 2025 e às vésperas de importantes compromissos no calendário nacional e internacional.