Após o protesto pacífico de torcedores associados do Corinthians no Parque São Jorge, na manhã deste sábado (14), para cobrar uma reforma no estatuto do clube, que contou com o apoio de diversos personagens políticos do clube e também da Gaviões da Fiel, o presidente do Conselho Deliberativo do Corinthians, Romeu Tuma Júnior, falou com exclusividade ao Lance! sobre o assunto e próximos passos, entre eles, a discussão de voto de Fiel Torcedor.

➡️ Presidente em exercício do Corinthians diz que toma decisões sem se preocupar com futuro

Confira a entrevista com Romeu Tuma Júnior, presidente do Conselho do Corinthians, ao Lance!:

É a entrevista exclusiva ao lance, ao blog da ditão com o Romeu Tuma Júnior, presidente do Conselho do Coelho. Aliás, é do Conselho mesmo, né? Não é pegadinha não, né, Romeu? Não, como aí? Tá molhando. Presidente, eh, o Corinthians vai ter a referenda do sócio em agosto, né, pra ver se eu reitero ou não o impeachment do Augusto Melo. Até lá,

Como está sendo a gestão do Corinthians em relação ao executivo e legislativo? É o pior momento de administração?

- Infelizmente estamos vivendo um clima de muita instabilidade, isso é muito ruim pra instituição Corinthians. É uma coisa que atrapalha a gestão, atrapalha o Conselho Deliberativo, a reforma estatutária que estamos trabalhando desde o ano passado, ela está atrasada, tá parada, até por falta de estrutura administrativa. É a instituição que sofre com todas as ações, com todas as interrupções, e o Corinthians fica sofrendo, sangrando, infelizmente, maculando a nossa imagem, a imagem institucional.

Há clima político no Conselho para que a reforma do estatuto aconteça?

- Desde que eu assumi o Conselho, esse era o meu projeto, a gente nomeou uma comissão de reforma estatutária, fizemos vários trabalhos, várias etapas, fizemos uma audiência pública com as torcidas, com o associado, de uma forma inédita, isso nunca aconteceu no Corinthians. E o anteprojeto estava quase pronto em agosto do ano passado. Com essa questão do impeachment, praticamente travou o Conselho e a gente não conseguiu terminar isso.

Agora nós estamos retomando aos poucos, tivemos a ajuda do atual presidente na questão administrativa, questão de espaço físico do Conselho, que também faz parte da nossa independência, e hoje teve essa manifestação. Muita gente não sabe que esse trabalho já estava sendo feito. A gente reafirmou isso, apresentaram umas novas propostas, querem apresentar novas ideias. Como a gente não terminou ainda esse anteprojeto, a Comissão está trabalhando, já finalizando tudo, a gente vai recepcionar, vai estudar tudo isso e espera terminar toda essa reforma até o mês de novembro. Nós temos algumas pautas ainda obrigatórias, que é a destituição ou não definitiva do presidente, que tem que ser votado agora em agosto, e depois nós vamos focar só na reforma estatutária.

A principal pauta que o pessoal tem da torcida é voto do Fiel Torcedor, você acha que isso passa numa reforma do estatuto?

- O que a gente fez ineditamente também foi trazer esse debate para dentro do clube, que não for adequado, tem que debater isso com o Conselho depois com os associados. Essa pauta ficava sempre debatida na imprensa e agora de uma forma democrática vamos discutir isso dentro do clube. Isso vai ser votado, se passa ou não uma deliberação no Conselho, isso é associado, mas que vai ser votado, vai.

Dos mais de 30 milhões de corinthianos, só 4 mil mais ou menos elegem o presidente do Corinthians e frequenta o Parque São Jorge. Há clima político possível de alguma pacificação para esse um ano e meio que falta da "gestão Augusto"?

- Eu sou muito sincero, eu acho que isso faz parte de uma conscientização de todos, especialmente dos administradores e dirigentes. Nós vamos pensar que o Corinthians está acima de qualquer interesse, então assim, quem estiver na administração precisa trabalhar nesse sentido, os interesses do Corinthians, que estão acima de qualquer interesse pessoal e de grupo político. Eu espero que a gente consiga essa conscientização, a gente trabalha muitos anos nisso. Que a gente consiga fazer um que todos pensam no Corinthians, que não pode mais viver sobre esse clima que nós temos vivido nos últimos tempos. Nós precisamos definitivamente trabalhar para que o Corinthians volte ao lugar que devia estar sempre e nunca devia ter saído. A gente vai trabalhar nisso, eu tenho convicção que a gente consegue, se não chegar lá, pelo menos caminhar no sentido de voltar o Corinthians para a grandeza que merece.

Protesto da torcida do Corinthians
Foto: Vitor Guedes / Lance!