O empresário Sandro dos Santos Ribeiro entrou com um processo contra o Corinthians cobrando R$ 8,4 milhões por uma suposta intermediação do contrato da Vai de Bet com o clube alvinegro, assinado em janeiro do ano passado.

O patrocínio, tido como o maior da América Latina na época, com valor total de R$ 360 milhões. O acordo durou entre janeiro e junho do ano passado, rompido pela casa de apostas por uma cláusula de anti-corrupção devido a suspeitas em relação ao pagamento de comissões.

A Polícia Civil indiciou o ex-presidente do Corinthians, Augusto Melo, por lavagem de dinheiro, associação criminosa e furto qualificado, além dos ex-diretores Marcelo Mariano e Sérgio Moura. As comissões eram repassadas a empresas 'laranjas', e Alex Cassundé consta como intermediário no contrato.

O acordo previa o pagamento de R$ 25 milhões, mas foi interrompido após a transferência de duas parcelas de R$ 1,4 milhão. A investigação da Polícia Civil apontou Sandro dos Santos Ribeiro como um dos verdadeiros intermediadores da negociação, além de Washington de Araújo Silva e Antônio Pereira dos Santos.

A ação de Sandro pede cerca de 7% do valor montante do valor do patrocínio, avaliado em R$ 360 milhões, e por isso cobra R$ 8,4 milhões.

Processo envolve irregularidade no contrato do Corinthians com a Vai de Bet (Foto: Rodrigo Coca/Ag. Corinthians)

Acusações

Armando Mendonça, vice-presidente do Corinthians, comentou a cobrança e responsabilizou a antiga gestão.

— A ação é mais um prejuízo financeiro e para a imagem do Corinthians provocado pelo Augusto Melo. Entendo que ele e seus comparsas devam ser responsabilizados judicialmente. Os corintianos não podem deixar uma pessoa dessa voltar à presidência — disse o dirigente em contato com a reportagem do Lance!.

Procurado, Augusto Melo se defendeu, e comunicou que pediu a quebra de sigilo de seu processo criminal.

— Não tenho nada a declarar sobre a referida ação, uma vez que o objeto do contrato é de natureza exclusivamente institucional, firmado entre o Corinthians e a empresa VaideBet, seguindo todos os trâmites legais e respeitando rigorosamente a hierarquia administrativa do clube, o que assegura a validade do ato jurídico praticado.

Sobre a pertinência da ação, repito que não me cabe comentar. O que reafirmo de forma veemente é a minha inocência quanto a qualquer imputação que me esteja sendo feita. Por esse motivo, já solicitei oficialmente a quebra do sigilo do meu processo criminal, justamente para que toda a sociedade tenha acesso aos autos, conheça os fatos reais e possa julgar com base na verdade, e não em especulações.

Sigo confiando plenamente na Justiça e, principalmente, na transparência como princípio fundamental da minha gestão — declarou.