Chegou o momento do confronto. Neste domingo (6), Atlético e Cruzeiro medirão forças a partir das 18h (de Brasília) no Mineirão para saber quem leva a melhor e, consequentemente, a liderança do Campeonato Mineiro.
Empatados na ponta, com 19 pontos ganhos, com o Galo liderando pelo saldo de gols (8 a 3), os dois times possuem pontos positivos e negativos que colocarão à prova neste clássico.
Os dois maiores rivais de Minas Gerais voltam a ser enfrentar após quase um ano e chegam para a partida em bons momentos dentro de suas realidades. O Galo entra em campo com o retrospecto de ter empilhado taças em um passado bem recente.
Já o Cruzeiro, após ter se tornado clube-empresa e ter sido adquirido pelo ex-jogador Ronaldo, fez uma grande reformulação no elenco e tem se mostrado competitivo em campo, algo que não conseguiu nas duas últimas temporadas.
O Super.FC listou os pontos fortes e negativos de cada clube e traz um raio-x de cada equipe:
Pontos forte do Galo
1) Poder de decisão de Hulk - Vice-artilheiro do Mineiro, o camisa 7 foi o grande destaque da última temporada, sendo o maior goleador do Brasileiro e da Copa do Brasil, além dos títulos dessas competições. Com uma força muito grande e as arrancadas em velocidade, o atacante tem nas finalizações um de suas maiores virtudes. Dos pés deles saem grandes jogadas e gols que decidem grandes jogos ou quando a situação anda difícil para o Atlético durante a partida.
2) Dupla de volantes - A recomposição defensiva do Atlético é um dos pilares do time. E muito se deve à proteção dada pelos volantes Allan e Jair, que receberam diversos prêmios em 2021 como melhores volantes do país. Os dois se completam, tanto na saída de bola e na marcação, quanto ser elemento-supresa no ataque.
3) Fase de Everson - Questionado desde que chegou ao clube, em 2020, o goleiro passou por maus bocados e foi criticando quando cometeu falhas. Mas ao longo de 2021 deu a volta por cima e foi decisivo para as grandes campanhas do time. Em 2022, começou sendo protagonista da conquista da Supercopa. Tem um papel fundamental na saída de bola, ao ser um especialista em jogar com os pés.
4) Opções ofensivas - Além de possuir um trio de ataque de causar inveja, o Atlético tem uma gama de opções no banco de reservas capaz de mudar a história das partidas. Com Savarino, Keno e Hulk em campo, Turco Mohamed ainda possui no banco de reservas Vargas, Sasha, Ademir e Fábio Gomes.
5) Manutenção do elenco - Apesar da troca no comando, com Cuca deixando o posto de treinador para a chegada de Turco Mohamed, o grupo alvinegro sofreu poucas alterações. Dos titulares, apenas Junior Alonso deixou o clube. O experiente Diego Godín é o substituto. Alan Franco, Nathan e Hyoran também deixaram o clube, porém, eram reservas.
6) Pouca invenção do novo técnico - Apesar de ainda estar conhecendo o elenco, o técnico Turco Mohamed pouco mudou o jeito de jogar do time. Manteve o padrão de pressão alta sem a bola, e tentativa de rápida recuperação de posse. Além disso, mantém o estilo de privilegiar a posse de bola e opta por aumentar ainda mais o poderio ofensivo quando propõe a chegada de mais homens à frente.
7) Torcida - Como é o atual campeão brasileiro e da Copa do Brasil, e recentemente conquistou a Supercopa sobre o Flamengo, o torcedor do Atlético está em lua de mel com o time. Como é o mandante do clássico, a expectativa é de que 90% da torcida seja formada por atleticanos no Gigante da Pampulha.
Pontos fortes da Raposa
1) Faro de gol de Edu – Artilheiro da equipe, o camisa 99 marcou seis gols em oito partidas. Já fez gol de cabeça, de pé direito e pé esquerdo. Mesmo não tendo tantas oportunidades por partida para concluir a gol, tem mostrado aproveitamento elevado.
2) Ascensão do garoto Vitor Roque – O atacante que acaba de completar 17 anos marcou três gols nos últimos dois jogos. Com personalidade, já mostrou que pode atuar tanto mais centralizado quanto pela ‘beirada’. Habilidoso, nem mesmo a complexão física ainda em desenvolvimento o impede de batalhar com os zagueiros.
3) Condição física – Nos primeiros nove jogos do Cruzeiro no ano, Pezzolano rodou muito o grupo, usando nada menos do que 32 jogadores. O lateral Rafael Santos e o zagueiro Eduardo Brock, foram os mais acionados, participando de sete jogos. Além disso, em todas as partidas a comissão técnica celeste promoveu as cinco alterações a que tinha direito.
4) Força no lado esquerdo – Um dos pontos fortes do Cruzeiro tem sido o lado esquerdo. Rafael Santos, o provável titular, já deu três assistências para gol. Matheus Bidu, que briga pela vaga, já fez um gol de falta e deu uma assistência. Em ao menos duas ocasiões, Pezzolano inclusive optou pela ‘dobradinha’ entre eles, com Bidu atuando como um “extremo”.
5) Volantes de boa saída – Willian Oliveira e Filipe Machado, volantes titulares de Pezzolano, têm apresentado boa saída de bola. Oliveira, apesar de ser de mais ‘pegada’, levou apenas um amarelo, mas diante do Villa Nova, quando atuou improvisado como zagueiro. Já Machado costuma chegar mais à frente e arrisca muito os chutes de fora da área.
6) Marcação pressão - Um dos ‘mantras’ de Pezzolano, o time celeste tenta pressionar o adversário para roubar a bola o mais rápido possível e armar os contra-ataques. Aos poucos, os jogadores do Cruzeiro vão se adaptando mais a exercer esse papel.
7) Entrega até o final – Até aqui o time do Cruzeiro tem mostrado muita entrega durante toda a partida. Em ao menos duas oportunidades, diante de Caldense e Democrata de Governador Valadares, conseguiu marcar o gol da vitória já nos acréscimos das partidas.
Pontos negativos do Galo
1) Bola aérea defensiva - Os gols sofridos para o Flamengo, na Supercopa, e para o Pouso Alegre, no Mineiro, chamaram a atenção para um erro que precisa ser corrigido: a bola aérea. Até o técnico Turco admitiu que o time falha no quesito e que precisa de ajustes.
2) Ausência de Zaracho - O meia argentino é um dos pilares da equipe. Além de auxiliar na armação das jogadas e aparecer à frente para finalizar, o jogador é fundamental para a recomposição defensiva.
3) Pressão pelo favoritismo - Igualmente ao ano passado, o Atlético entra em campo como favorito no clássico. Por conta das peças, do investimento e, dessa vez, pelos títulos conquistados. Em 2021, o time entrou como favorito, mas viu o rival comemorar a vitória.
Pontos negativos da Raposa
1) Defesa exposta – No estilo de jogo adotado por Pezzolano, muitas vezes os zagueiros acabam ficando no ‘mano a mano’ com os atacantes, principalmente quando a equipe perde a bola no meio-campo. Além da lentidão dos defensores (Brock e Oliveira, em especial), falta uma melhor cobertura dos volantes.
2) Insegurança no gol – Depois da ‘era Fábio’, Rafael Cabral ainda tenta superar a desconfiança de parte da torcida celeste. Até aqui, em sete jogos, ele sofreu seis gols. Apesar de não ter se complicado na saída de bola com os pés, como pede Pezzolano, vacilou em alguns lances e contou com a sorte para evitar alguns gols.
3) Lateral improvisada – Contratado com status de titular, o lateral direito Gabriel Dias não se firmou. Atuou em três dos quatro primeiros jogos, mas depois testou positivo para Covid e, mesmo recuperado, não foi mais utilizado. Improvisado no setor, Rômulo pouco apoia o ataque e tem o ‘cacoete’ de sempre se deslocar para o meio, sua posição de origem.
4) Provável desfalque – Ainda tentando se recuperar de dores na coxa e no joelho, o meia-atacante Giovanni pode desfalcar o Cruzeiro no clássico. Ele já marcou dois gols, um deles de falta, e deu uma assistência.
5) Poucas opções ofensivas – Após a venda de Thiago para o futebol da Bulgária, o elenco do Cruzeiro conta com poucas opções de frente: Edu, Vitor Roque, Vitor Leque, Waguininho e Bruno José. Enquanto Leque fez apenas um jogo e acabou se contundindo, os dois últimos parecem estar em baixa: Waguininho não conseguiu fazer seu primeiro gol com a camisa celeste. Bruno José fez apenas um, diante do Athletic
6) Armador sobrecarregado – Com dois volantes e três atacantes, o armador João Paulo acaba ficando um pouco sobrecarregado na missão de construir as jogadas da equipe. Originalmente da posição, Giovanni tenta auxiliá-lo nesta função. Caso Pezzolano mude o esquema tático, pode optar pela entrada do armador Fernando Canesin.