Decisão

Liminar da Justiça suspende eleições da Federação Mineira de Futebol

Segundo a juíza Cláudia Aparecida Coimbra Alves, o edital das eleições não cita a existência de uma comissão apartada da atual diretoria, o que é obrigatório por lei

Por José Vítor Camilo
Publicado em 29 de novembro de 2021 | 23:32
 
 
 
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A Justiça concedeu nesta segunda-feira (29) uma liminar suspendendo a eleição da Federação Mineira de Futebol (FMF), que estava marcada para o próximo dia 21 de dezembro. Em sua decisão, a juíza Cláudia Aparecida Coimbra Alves destacou que o edital publicado no site da entidade não cita a existência de uma comissão eleitoral apartada da atual diretoria, o que é previsto pela lei 9.615/1998, mais conhecida como Lei Pelé.

A liminar foi concedida após ação ajuizada no Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) pela Associação Mineira de Desenvolvimento Humano (Betim Futebol). O clube alegou que o edital, assinado pelo presidente e candidato à reeleição à FMF, Adriano Aro, não teria constituído a comissão eleitoral independente da atual diretoria.

"Outro ponto que me chamou a atenção é que no edital consta a informação de que o registro das chapas que pretenderem concorrer aos cargos citados será analisada pela atual Diretoria da parte ré, o que afasta, sem sombra de dúvidas, a isenção natural para verificação dos pedidos de registros que teria a comissão apartada determinada pela Lei Pelé", argumentou a juíza.

Procurado pela reportagem, o diretor de futebol do Betim, Fred Pacheco, comemorou a decisão. "A gente precisa manter a lisura do processo, para que a eleição ocorra de forma justa", defendeu.

A assessoria de imprensa da FMF também foi procurada na noite desta segunda e informou, por meio de nota, que "tomará todas as medidas necessárias à eventual adequação do certame eleitoral, nos exatos termos da legislação e de seu estatuto".

Irregularidades

Conforme adiantado por O TEMPO na última quarta-feira (24), segundo o dirigente do Betim, que  pretende concorrer ao cargo, foram constatadas diversas irregularidades durante o processo de registro de chapas para a eleição.

Segundo Pacheco, a chapa deve ter apenas o atual presidente da entidade, Adriano Aro, e seu irmão, Marcelo Aro, como candidatos únicos aos cargos de presidente e vice-presidente, respectivamente. O prazo para as inscrições das chapas estão encerrados.

“São várias irregularidades ao longo do processo, o que é um absurdo. Por isso vou acionar a Justiça. Fui procurado por vários dirigentes de clubes e de ligas de futebol de Minas Gerais que se sentiram coagidos a assinar o documento endossando a candidatura de Adriano Aro e não vou aceitar isso. Vou até o fim para buscar os meus direitos e tentar impugnar essa candidatura”, declarou Fred Pacheco.

Atualizada às 23h52

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