Estadual 2020

Manager do Coimbra quer encerramento do Mineiro sem campeão nem rebaixados

Hissa Elias Moisés aponta desequilíbrio na disputa caso os clubes do interior que já dissolveram seus elencos remontem as equipes com jogadores amadores só para jogar as rodadas restantes

Por Geremias Sena
Publicado em 23 de abril de 2020 | 18:14
 
 
 
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Em meio à indefinição quanto ao retorno do Campeonato Mineiro após a paralisação provocada pela pandemia do novo coronavírus, pelo menos um clube tem uma ideia bem clara para o futuro do Estadual em 2020. O Coimbra, que estava a uma posição da zona de rebaixamento quando o torneio foi paralisado, demonstra não estar disposto a dar continuidade à competição. Em entrevista ao Super.FC, o manager do clube, Hissa Elias Moisés, apontou que a melhor solução seria o encerramento da temporada sem a definição de um campeão, sem acesso, no caso do Módulo II, nem rebaixamento.

Para o dirigente, o maior problema é a possibilidade de clubes que já dispensaram seus jogadores contratarem até amadores apenas para fazer número e jogar as duas rodadas restantes da primeira fase, enquanto outras equipes deverão atuar com sua força máxima,  causando assim um desequilíbrio na disputa. “Temos conversado com alguns clubes, e há uma corrente favorável e outra contra a continuidade do campeonato. O que me preocupa muito são os clubes que dissolveram suas equipes, dispensaram todo mundo e agora podem montar um novo time com jogador da região, atletas amadores”, afirmou Hissa.

Apesar de o Coimbra ocupar a décima posição na fase classificatória do Mineiro, Hissa lembra que o time ainda briga por uma melhor posição para almejar uma vaga para a disputa da Série D do Campeonato Brasileiro. Na tabela do Estadual, interrompido após a nona rodada, o próximo adversário do time de Contagem seria o Tombense, atual vice-líder. “Alguns times vão voltar com um juntado de jogadores para terminar as rodadas. Começaram de um jeito e vão terminar de outro. Isso vai causar uma enxurrada de ações. Já o Tombense mantém o time em atividade, vai disputar a Série D, é concorrente direto e vai jogar com força máxima. Um vice no Mineiro, por exemplo, daria uma série de benefícios a eles. E nós também lutamos por alguma coisa ainda”, ressaltou.

Na opinião do manager do Coimbra, o desequilíbrio na disputa pode ser até ampliado com a possibilidade de Atlético, Cruzeiro e América emprestarem jogadores para os clubes do interior, caso isso seja necessário para que encerrem a competição, conforme já admitido pelos grandes da capital.

Porém, esse não é o único problema apontado pelo dirigente. Jogos com portões fechados, como estão sendo cogitados no atual cenário da pandemia, também podem ser motivo de uma queda de braço, podendo o futuro do Mineiro 2020 ser decidido nos tribunais, algo para ser avaliado também pela Federação Mineira de Futebol (FMF). “A Federação teria que convocar um arbitral e colocar em votação. Mesmo com o arbitral sendo favorável, aqueles que se sentirem prejudicados vão recorrer. Jogar com portão fechado? E no jogo que não é televisionado o patrocinador está expondo a marca dele para quem?, questiona Hissa. “Não vejo um cenário bom para a primeira divisão nem para o Modulo 2 neste ano. Por exemplo, o CAP já dissolveu seu time, inclusive, devolvendo jogadores nossos que estavam emprestados”, completa o dirigente.

Na primeira divisão do Estadual, ao contrário de equipes como Patrocinense, URT e Villa Nova, que rescindiram contratos de atletas antes do prazo, o Coimbra tem a equipe pronta para disputar a terceira divisão, que estava prevista para o segundo semestre, com o objetivo de manter seus atletas em atividade. A maioria dos contratos continuam vigentes, até porque são jogadores sub-23 do próprio clube, que possuem vínculos maiores. Aqueles cujo contrato encerrou serão avaliados caso a caso.

 

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