FILADÉLFIA (EUA) - A cada instante a estreia do Flamengo no Mundial de Clubes fica mais próxima. Já aconteceram a última zona mista, o reconhecimento do gramado e, por fim, a última coletiva de Filipe Luís antes da partida contra o Espérance (TUN), marcada para as 22h desta segunda-feira (horário de Brasília), no Lincoln Financial Fiel, na Filadélfia. O treinador destacou os pontos fortes do adversário, falou sobre o clima do elenco e antecipou que o único desfalque para a partida é De La Cruz.

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O uruguaio segue em recuperação de entorse no joelho que o mantém afastado dos gramados desde o dia 18 de maio, quando deixou o clássico contra o Botafogo lesionado.

- Todos os jogadores, com exceção do Nico [De la Cruz], têm condições de serem titulares amanhã, todos eles estão à disposição para serem titulares, é a melhor notícia que um treinador pode ter para poder escolher e quebrar a cabeça - revelou o treinador.

Diante da afirmação, a dúvida sobre a disponibilidade do lateral-esquerdo Alex Sandro foi sanada, já que o ele era dúvida na equipe por conta dos desgaste físico depois de disputar oito jogos consecutivos, dois deles pela seleção brasileira na última Data Fifa.

Alex Sandro em treino do Flamengo (Foto: Gilvan de Souza/Flamengo)
Alex Sandro em treino do Flamengo (Foto: Gilvan de Souza/Flamengo)

Com quase todos os atletas à disposição e o mental preparado, Filipe Luís afirmou que o time está motivado para enfrentar o melhor time da Tunísia, que não deve ser uma tarefa nada fácil.

- Chegamos a um grande momento dessa competição. Estamos preparados. Tivemos uma semana, na verdade mais de 10 dias de preparação, tirando os jogadores que foram para suas seleções. Isso nos deu a oportunidade de voltar a trabalhar conceitos e detalhes do jogo. Detalhes "micro" do jogo que, com o acúmulo de partidas e um calendário tão cheio, muitas vezes acabam se perdendo. Tivemos a oportunidade de resgatar esses comportamentos.

- E, falando da parte mental, para o treinador, sinceramente, é a parte mais fácil. Disputar uma competição mundial não exige nenhuma motivação extra. Os jogadores estão extremamente motivados, muito ansiosos por essa estreia, e sentimos que é um privilégio poder representar essa camisa do Flamengo em uma competição tão importante. É uma chance de realmente medir nossas forças, de entender o nível em que estamos em relação ao futebol mundial. É uma oportunidade única - finalizou.

Postura do Flamengo contra o Espérance

Filipe Luis, técnico do Flamengo, durante partida contra o Botafogo
Filipe Luís analisa Espérance, adversário do Flamengo no Mundial (Foto: Thiago Ribeiro/AGIF)

Os Espérance provou durante a temporada que chega ao Mundial de Clubes como um dos grandes times africanos. Campeão de tudo o que disputou na Tunísia, a equipe tem como ponto forte o ataque, que balançou as redes 100 vezes em 46 jogos. Mas Filipe Luís já parece ter a estratégia ideal traçada para a partida.

- O que esperamos fazer é justamente ganhar o território, dominar o jogo, ter a posse de bola e levar o confronto para o campo onde nos sentimos mais confortáveis, que é no campo do adversário. Para isso, sabemos que precisaremos fazer uma partida taticamente perfeita para poder vencer - apontou o treinador.

- Os jogadores, principalmente os de ataque, são determinantes, rápidos, explosivos, com muita capacidade de atacar espaço e, além disso, são atletas que perdem poucas bolas e, como eu falei, são decisivos na frente do gol. E os números do Esperance são realmente expressivos. Fizeram mais de 100 gols e sofreram pouquíssimos no campeonato. É um time acostumado a vencer, a dominar seus adversários, a controlar os jogos. Jogaram assim durante toda a temporada, então são atletas com uma confiança muito alta, como você bem falou - completou.

Veja outros trechos da coletiva de Filipe Luís

Momento de estreia no Mundial

- Eu não me comparo com ninguém. Desde que cheguei ao Flamengo, em 2019, sempre busquei escrever a minha própria história, sempre colocando o escudo do Flamengo acima de tudo. Sempre com esse lema de que ninguém é mais importante do que a equipe e o clube. E vivi muito bem com isso. Vivi muito bem todos esses anos como jogador e, agora, como treinador. Poder liderar a maioria desses jogadores, que foram meus companheiros, numa competição mundial, representando o Flamengo, para mim é um motivo de muito orgulho e privilégio. E, principalmente, é um orgulho enorme ver os jogadores performando e acreditando tanto na ideia que eu tenho, na forma como eu penso o jogo, e eles executando isso perfeitamente. Eu vejo um time que carrega muito da minha característica dentro de campo. Isso me deixa muito feliz. E eu sigo sempre em busca dessas conquistas, tanto pessoais quanto coletivas, para poder levar o escudo do Flamengo ao lugar mais alto.

Intensidade do Flamengo

- Os números e os dados que temos internamente comprovam isso, né? Confirmam e quantificam que o nosso time joga em uma intensidade muito alta. Como você bem falou, o clima influencia muito. Hoje mesmo vimos PSG e Atlético de Madrid baixarem a intensidade por não conseguirem sustentar o ritmo, justamente por conta do clima muito quente no jogo, segundo estavam comentando. Isso também influencia no nosso dia a dia de treinamentos no Brasil, nas viagens e, claro, nos jogos do Campeonato Brasileiro. Mas aqui, com o clima que temos hoje, por exemplo — um clima mais fresco, gramado em perfeitas condições, além de um descanso de quatro dias entre um jogo e outro —, não temos desculpa para não fazer partidas, com certeza, de 90 minutos em altíssima intensidade. E o jogador que baixa a intensidade já sabe: temos atletas no banco prontos para entrar, suprir, manter o nível da equipe ou até mesmo elevar ainda mais, potencializando o rendimento do time.

Arrascaeta

- Meses atrás, eles foram protagonistas, de certa forma, do time. E alguns deles continuam vivendo um grande momento, assim como o Arrascaeta. A diferença é que o Arrascaeta vem conseguindo transformar toda essa qualidade também em números — em gols e assistências —, que é justamente o que sempre se espera e se cobra de um craque e de um meia do nível dele. Acho que a forma como a equipe joga, o modelo que temos, proporciona ao Arrascaeta tempo e espaço para ser decisivo justamente na parte onde ele é mais determinante, que é próximo da área. E é isso que buscamos desde que cheguei aqui como treinador: fazer com que a bola passe por ele o máximo possível. Agora, sobre ele ser protagonista, eu prefiro que a equipe como um todo seja protagonista. Não espero que apenas um jogador assuma esse papel. O que eu quero é que todos entendam sua função dentro da equipe. Vai ter jogo em que o protagonista será o Arrascaeta, em outros talvez não, porque ele estará mais marcado, e aí outro jogador precisa aparecer. E, para isso, acredito que temos uma equipe muito bem equilibrada, capaz de suprir quando um não estiver no seu melhor momento e outro, sim, possa assumir esse papel. Por isso, reforço: eu espero que minha equipe seja protagonista, e não apenas um jogador.