NOVA YORK (EUA) - Principal jogador da história, Pelé é referência em futebol e tem seu legado perpetuado de diferentes formas na cidade de Nova York, onde defendeu a equipe do Cosmos na década de 70 após e ajudou a dififundir o esporte, poupo valorizado até então, pelo país.

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Em cada canto da metrópole, Pelé ressurge. Está presente em quadros, pinturas e detalhes de decoração, visível tanto nos restaurantes discretos quanto nas estações de ônibus, percorrendo a cidade do brilho incessante da Times Square à serenidade das ruas do West Village.

No coração comercial de Nova York, a Pelé Soccer é uma loja de artigos esportivos que carrega o nome do eterno camisa 10 e reúne camisas de clubes de todos os cantos do mundo, com o Brasil naturalmente. Durante a visita, a reportagem encontrou uniformes de times tradicionais, como os grandes paulistas e cariocas, além de um mural em homenagem ao tricampeão mundial e uma coleção de peças históricas, seja do Cosmos, da Seleção Brasileira ou do Santos.

Mural do Pelé em loja de artigos esportivos (Foto: Vitor Palhares/Lance!)

A cidade que receberá os jogos de Palmeiras e Fluminense está repleta de torcedores que viajaram para acompanhar seus times na primeira edição do Mundial de Clubes da FIFA. No entanto, a figura de Pelé é perpetuada pelos próprios moradores, pouco habituados a acompanhar futebol.

Quadro em homenagem a Pelé (Foto: Vitor Palhares/Lance!)

Filha de Pelé destrincha ida do pai para os Estados Unidos

Após uma vida profissional dedicada ao Santos, Pelé já possuía três títulos da Copa do Mundo e via na mudança para os Estados Unidos a chance de mudar os rumos de sua carreira e abrir um novo mercado no país de maior consumo do planeta.

Em entrevista ao Lance!, Flávia Arantes do Nascimento, filha de Pelé, detalhou a ida do ídolo nacional para Nova Yok.

— Pelé foi um desbravador, né? Para a época, tudo o que ele começou a fazer era novo. Ele foi o primeiro a abrir caminhos em muitas coisas. Sobre a ida dele para os Estados Unidos, ao Cosmos, acho que há vários pontos interessantes para destacar. Primeiro, sabemos que ele foi para os Estados Unidos para desenvolver o futebol por lá. Ele é um desbravador que ganhou o terceiro campeonato em 1970 e, em 1975, foi para Nova York.

Outra coisa que acho muito legal é que, sim, ele foi fomentar o futebol nos Estados Unidos, mas foi um processo lento, que começou ali. Acho que o grande ápice foi com a Copa de 1994. Então, foi um trabalho desenvolvido e iniciado por ele, e a constatação dessa semente plantada lá em 1975 foi exatamente a realização da Copa de 1994 — disse Flávia Arantes do Nascimento.

Camisa do Pelé na Seleção Brasileira (Foto: Vitor Palhares/Lance!)

Além da oportunidade de difundir o esporte em que era entitulado rei, o aspecto financeiro também desempenhou papel importante na escolha, que transformou o craque dentro das quatro linhas em um ícone nos Estados Unidos.

— Houve pessoalmente um momento que, para ele, era interessante não só financeiramente, mas também pelo fato de disseminar o futebol pelo mundo inteiro. Acho que a imagem dele nesse período mostra o tamanho e a força que ele teve como produto de marketing, sendo muito importante para o Cosmos. Sabe-se que a passagem dele pelo Cosmos foi a época em que os estádios estiveram mais cheios. Infelizmente, depois, em 1977, o Cosmos não conseguiu manter o que Pelé havia construído. Então, pelo lado do marketing, ele mostrou muita força.

Eu sei que para o meu pai isso foi muito importante. Sabe, ele sabia que tinha plantado essa sementinha que desabrochou em 1994. Outra coisa que acho muito legal é que essa sementinha também ajudou a criar várias escolinhas de futebol nos Estados Unidos e fomentou o futebol feminino por lá. Aliás, em 1991, a seleção dos Estados Unidos ganhou a Copa do Mundo feminina — completou.