O primeiro dia de Mundial de Clubes, neste sábado (14), revelou pouco do que pode acontecer ao longo dos próximos 30 dias de torneio. Um dos grandes destaques da competição, porém, já deu as caras. Lionel Messi escancarou em campo a sua disparidade técnica com os demais jogadores no empate entre Al-Ahly e Inter Miami. O 0 a 0 reflete na frieza dos seus números o que foi também a cerimônia de abertura, que não conseguiu ter sequer pontos de destaque.

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Cerimônia de abertura

O primeiro dia foi marcado também pelo atraso no protocolo. A festa de abertura durou cerca de 20 minutos, com atrações musicais e exaltação aos clubes participantes, mas extrapolando o horário limite. A cerimônia foi produzida por Emilio Estefan Jr, cubano-americano dono de 19 prêmios Grammy, com o tema "Uma Nova Era Começa".

O mais noticiável desse "show" foi o atraso, que não foi tão significativo. Entre as atrações e músicas, nenhuma performance ou aparição que tenha sido comentada nas transmissões oficiais ou nas redes sociais. A cerimônia refletiu o clima frio do estádio, pelo menos para quem acompanhou tudo de longe de Miami. A público não lotou o Hard Rock, mas também não deixou uma imagem feia de jogo esvaziado como a Fifa temia.

Festa de abertura do Mundial de Clubes
Abertura do Mundial de Clubes da Fifa, em Miami (Foto: ROBERTO SCHMIDT / AFP)

Entrada à la NBA

Evento teste para a Copa do Mundo de 2026, o Mundial teve um dos primeiros experimentos da Fifa: a entrada no estilo dos esportes norte-americanos. Os jogadores do Al-Ahly e Inter Miami entraram um a um, com seus nomes sendo anunciados. De início, o espaçamento foi até grande e os atletas pareceram ter entendido a proposta. Depois, boa parte dos titulares do Inter Miami entrou quase lado a lado e cortou o pouco clima que a proposta entregava ali no momento.

Com Messi por último, é claro, o cenário foi diferente. O argentino dificilmente não recebeu uma orientação específica de que sua entrada seria a última e que teria algum apelo para a abertura da competição. O jogador entrou ovacionado pelo estádio e passou o túnel acompanhando pela imagem da transmissão mostrando o 10 nas suas costas. No final, o experimento foi inconclusivo. Funciona no futebol como na NBA e na NFL? difícil ter certeza. Com Messi? Difícil alguma coisa não funcionar com Messi.

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Messi ainda joga bola. Muita bola.

Difícil alguma coisa não funcionar com Messi. Até o Inter Miami, que mostrou um conjunto significativamente inferior ao do Al-Ahly, conseguiu fazer frente ao time egípcio com a ajuda do Leo. É possível que boa parte dos fãs de futebol que não acompanham o time norte-americano esperavam encontrar um Messi pouco participativo. O argentino só não foi o melhor em campo porque os dois goleiros em campo fizeram, somados, 13 defesas. Algumas evitando chances claras de gol.

Messi bateu falta na trave (Foto: CHANDAN KHANNA / AFP)
Messi bateu falta na trave (Foto: ROBERTO SCHMIDT / AFP)

A superioridade do Al-Ahly contra a defesa desarrumada do Inter Miami, somada a noite inspirada do goleiro Óscar Ustari, fizeram o jogo se tornar divertido. Mas o que fez valer a pena de assistir tem que ser Lionel Messi. Mas faltou o gol. E ele quase veio de forma histórica. Nos momentos finais da partida, o argentino recebeu a bola após um escanteio curto e levantou no segundo pau. A bola encobriu todo mundo na área e ia morrendo no fundo do da rede, mas Mohamed El-Shenawy impediu o que seria um gol histórico.

Mohamed El-Shenawy impede quase gol histórico de Messi (Foto: ROBERTO SCHMIDT / AFP)