NOVA JERSEY (EUA) - Regida por Abel Ferreira, a torcida que canta e vibra reafirmou ao mundo a força do Palmeiras na estreia da equipe no Mundial de Clubes da Fifa, diante do Porto. Apesar de algumas áreas vazias no MetLife Stadium, o apoio ao Alviverde foi incondicional. O campeão dos campeões foi devidamente anunciado aos portugueses — em campo e nas arquibancadas.
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Como toda invasão bem coordenada, os palmeirenses tiveram Abel como líder, isso muito mesmo antes de entrar em campo. Desde que desembarcou nos Estados Unidos, o treinador ressaltou a importância da torcida para o sucesso do clube na competição. Em diversas oportunidades, estreitou o laço com os presentes no exterior, seja com conversas, fotos ou até presentes recebidos, como o pingente com os dizeres: "cabela fria, coração quente".
Termômetro da equipe, o português alternou momentos de serenidade, quando o time analisava o adversário, com picos de intensidade nas fases de maior pressão em busca do gol. Bastava observar suas reações à beira do campo para captar a temperatura emocional do Palmeiras. A sintonia entre treinador e elenco, construída ao longo de mais de cinco anos de trabalho conjunto, reforça a harmonia de um grupo responsável pela era mais vitoriosa da história do clube.
Abel entende o ambiente, e a torcida responde nas arquibancadas
No momento de maior pressão sobre a equipe em campo, quando o Porto explorava os espaços entre as linhas de meio-campo e defesa, coube ao treinador alterar o ritmo da partida. E não há recurso mais eficaz para isso do que a troca de peças, capaz de transformar o jogo a partir de uma nova perspectiva e orientar o time com comandos renovados.
A resposta da torcida foi imediata. Motivada pelas entradas de Raphael Veiga e Paulinho — dois jogadores que contam com grande carinho da torcida alviverde —, a arquibancada se inflamou. O som no estádio ganhou intensidade, o Palmeiras cresceu em campo, e o Porto passou a se comportar como o time inferior, evidenciando o peso do clube brasileiro diante do rival europeu.
Entre os domínios em disputa no confronto, o mais desigual foi o das arquibancadas. Os torcedores alviverdes transformaram os portistas em uma equipe de bairro. O gol, é verdade, não saiu. Mas o papel que os palmeirenses se propuseram a cumprir antes mesmo do apito inicial foi executado com perfeição: clima de Allianz Parque, dentro e fora do estádio.
O placar e o futebol apresentado em campo não corresponderam ao resultado conquistado pelo Palmeiras. Mas o apoio incondicional, algo que a comissão técnica não poderá treinar nas dependências da Univerisidade da Carolina do Norte, em Greensboro, será fundamental como combustível para a sequência da competição, que dará ao Verdão, ao menos, mais dois jogos no principal palco do futebol mundial.