NOVA JERSEY (EUA) - O Fluminense estreia no Mundial de Clubes nesta terça-feira (16), às 13h (de Brasília) contra o Borussia Dortmund, no MetLife Stadium, em Nova Jersey. Na véspera do jogo, o ex-treinador Abel Braga, multicampeão com o Flu e campeão do mundo com o Internacional, analisou o cenário do embate entre as equipes.

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O ex-técnico foi parte importante na reconstrução do Tricolor, conquistando o Carioca de 2022 sobre o Flamengo e dando início a uma era vitoriosa, que culminou com a conquista da Libertadores de 2023 e levou o clube à Copa do Mundo de 2025. Campeão mundial em 2006 sobre o Barcelona, Abel conhece o caminho para superar o favoritismo adversário e, para ele, um fator que pode mudar o jogo é a confiança.

- Manter a equipe bem convicta porque com certeza a motivação é alta, mas ter a convicção de que vai enfrentar uma grande equipe da mesma maneira que eles temem o Fluminense. Não acredito que seja o grande favorito europeu porque não fez um ano muito bom, foi bem abaixo daquilo que normalmente fazia nos anos anteriores no campeonato alemão. E tem um detalhe que para mim é fundamental, tem 95% de chance que as duas equipes passam de fase e estou dentro desse grupo de pessoas que acreditam. Então acho que vai ser um jogo de um respeito maior de uma equipe com a outra, porque é um campeonato diferente de todos a nível mundial, porque você tem como errar num determinado jogo. E esse jogo você não precisa errar, não precisa se expor de uma maneira absurda. Nem um nem outro, os dois estarão com a passagem para a próxima fase garantido - disse.

Quando um time do brasileiro enfrenta um europeu, é comum que as opiniões apontem para o favoritismo da equipe europeia. No entanto, na opinião de Abel, nesse caso a situação é diferente por conta do momento das equipes. Embalado por seis jogos invicto antes de viajar, o Flu vem em uma crescente, enquanto o Borussia teve uma temporada irregular. Além disso, explicou como a fala de Niko Kovac, técnico do time alemão, sobre não conhecer Jhon Arias, pode favorecer o Tricolor, finalizando com uma previsão.

- Tem um detalhe emocional bem claro. Não vejo um favoritismo grande do Borussia, pelo momento dos dois clubes. O Borussia não fez um bom campeonato, encontrando muito problema dentro de casa. O Fluminense ao contrário, tem subido bastante, é uma equipe com um psicológico muito bom. Tem algumas outras coisas que com certeza vão ajudar a nível emocional, que é o treinador ter dito que não conhece, que nunca viu o Arias. Isso só faz aumentar a confiança. Isso foi assim lá contra o Barcelona, porque todos davam eles como grande favorito e para a gente foi um 'doping' muito emotivo. Íamos para o treino, os japoneses pediam autógrafo, mas diziam que ia ser três, quatro a zero, e não foi o que aconteceu. Jogamos um jogo firme, seguro, mas não fomos dominados, não passamos nenhum tipo de situação de desespero e acho que é isso que vai acontecer com o Fluminense - detalhou.

Mudanças internas levaram Fluminense até o Mundial

Além de Arias, o time conta com outras estrelas, como Ganso, Cano, Fábio e Thiago Silva. Foi sob o comando de Abel que o camisa 10 engrenou no Fluminense depois de anos com dificuldades para se firmar. Uma conversa sincera entre eles fez com que o meia mudasse de mentalidade para despontar como o grande camisa 10 que a torcida se acostumou. O ex-treinador aponta esse momento como crucial para que o Flu chegasse em 2025 com a força que possui, mesmo depois de um ano complicado em 2024.

- Foi uma alegria muito grande pegar esses caras no momento de remontagem, o Fluminense não ganhava um título há algum tempo. O Mário ainda não tinha um título como dirigente, então muita coisa constou em toda essa trajetória. Não tenha dúvida que aquele momento espetacular do Cano, foi quando realmente se firmou como titular, o Arias cresceu absurdamente. O Ganso eu só dei uma mão, quem mais fez foi ele. Ele teve uma dedicação muito grande para voltar ao seu melhor nível e melhor forma. Foi entrando aos poucos, porque vinha de três, quatro anos que não conseguia ser titular, aquele problema todo. E ele entendeu que era preciso fazer algo mais e ele fez. E depois a equipe teve aquela subia boa de produção, com confiança e entrosamento e o Diniz complementou com uma conquista fundamental que mexe com o torcedor até agora. E vai para essa competição mundial todo mundo sabendo quem é. O tamanho dessa camisa, foi muito bom trabalhar com esses atletas.

Torcida do Fluminense realiza festa antes de estreia no Mundial (Foto: Sharon Prais/ Lance!)

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- São dois jogadores que vão parecer que estão treinando no CT Carlos Castilho. Isso é muito bom porque essa imagem, dessa liderança, dessa capacidade individual desses atletas, na parte técnica e no coletivo, quando os caras chegam no vestiário, começa a dar aquele friozinho na barriga, eles olham para o Thiago, olham para o Fábio e não veem qualquer traço de tensão. E isso é experiência, né? É uma experiência muito positiva. Com certeza vão trazer um peso e vão ser, com certeza, extremamente importantes nessa competição. Você não pode disputar uma competição dessa só com time de garoto, você não pode disputar uma competição dessa só também com experiência. Então essa mescla é muito boa, mas o importante é que você tem dois jogadores fundamentais. E para mim se torna mais importante porque um está no gol e o outro está na defesa. Que quer ou não nessa competição a performance de ambos vai ser fundamental. - concluiu, sobre a contribuição de Fábio e Thiago Silva.