SANTA BARBARA (EUA) - A vitória épica do Botafogo sobre o Paris Saint-Germain por 1 a 0 veio após mais de 100 minutos de muita entrega dos jogadores, mas a história mostra que resultados dados como improváveis quase sempre passam também pelo trabalho do treinador. Renato Paiva chegou sob desconfiança ao alvinegro no final de fevereiro, foi chamado de burro por parte da torcida em abril, começou finalmente a ajustar o time em maio e chega ao Mundial de Clubes da Fifa este mês fazendo a equipe jogar sempre o suficiente para o torcedor acreditar na vitória.

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Há erros, claro, e não são poucos, admitidos pelo próprio treinador do Botafogo. “Fiz asneira”, reconheceu Renato Paiva na quarta-feira (18), referindo-se às mudanças que promoveu no time no segundo tempo do jogo com o Seattle Sounders, na estreia do Mundial.

Mas o trabalho no dia a dia é feito com muita exigência, insistência e participação. Em Santa Barbara, nos 15 minutos de treinos que a imprensa é autorizada a acompanhar, Renato Paiva aparece sempre orientando muito os jogadores, com os braços ora apontando para onde eles devem correr, ora servindo para ajustes individuais. Não há broncas, mas há palmas a cada grande acerto.

Renato Paiva e o Botafogo em inglês, espanhol, italiano...

O técnico do Botafogo também é muito solícito e didático nas entrevistas. Responde a cada um dos interlocutores olhando nos olhos, do início ao fim das respostas — e elas são longas, com início, meio e fim.

Nas entrevistas, Renato Paiva também se revela um bom frasista. “O cemitério do futebol está cheio de favoritos” foi uma frase que o treinador usou na véspera do jogo com o PSG, e que voltou a repetir após a vitória por 1 a 0.

— Claro que, no futebol, há sempre uma possibilidade de ganhar em um jogo deste. A história do futebol diz isso, e eu disse antes que o cemitério do futebol está cheio de favoritos. Hoje (quinta) voltou-se a provar — declarou. 

E a desenvoltura do técnico nas entrevistas é vista em diferentes idiomas. No Mundial de Clubes, diante de repórteres dos mais diversos cantos do planeta, Renato Paiva já respondeu a perguntas em português, inglês e espanhol. E estava prestes a fazer o mesmo em italiano antes de Botafogo x PSG, algo que só não aconteceu porque o oficial de mídia da Fifa alertou que, para aquele jogo, só havia serviço de tradução para português, inglês, francês e espanhol.

Renato Paiva, técnico do Botafogo, durante jogo com o PSG
Renato Paiva, técnico do Botafogo, durante jogo com o PSG (Foto: Vitor Silva/Botafogo)