NOVA JERSEY (EUA) — Nos quatro anos em que Eduardo Oliveira treinou a base do Fluminense, sete dos Moleques de Xerém inscritos no Mundial de Clubes passaram por seus times. Alguns dos destaques permanecem no clube, enquanto outros foram para o outros países.
Seu primeiro ano em Xerém foi em 2017, como coordenador metodológico das categorias de base. No seguinte, assumiu o comando técnico do time sub-17, conquistando a Copa do Paraguai e dois estaduais da categoria. Em 2019, subiu para o sub-20, permanecendo até 2022. Depois, treinou as bases de Atlético-MG e Botafogo, e o profissional do Cuiabá.
Entre os 17 Moleques de Xerém inscritos na Copa do Mundo de Clubes, sete foram comandados por Eduardo: Matheus Martinelli, Marcelo Pitaluga e Gustavo Ramalho, do Fluminense; Arthur, do Wydad Casablanca; Jhon Kennedy, do Pachuca; Matheus Martins, do Botafogo; e Jonathas, do Al Ain.
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Ascenção de Martinelli no Fluminense e Thiago Silva como referência
Ao longo dos cinco anos Tricolor, contou que buscou mesclar ideias de jogo com valores que pudessem ser usados em suas vidas, para que absorvessem e levassem para suas carreiras. Assim como Renato Gaúcho também destacou em diversas entrevistas, a coragem foi uma ideia passada tanto dentro quanto fora de campo
— A ideia do trabalho que foi desenvolvido era fazer com que fossem ser atletas mais autônomos e que conseguissem tomar as melhores decisões dentro e fora de campo, que pudessem propor o jogo e ter o controle da vida deles fora dali. Muita agressividade quando a gente não tinha bola para que eles pudessem lutar para tê-la, com o comprometimento de conseguir conquistar o que eles querem. — iniciou Eduardo Oliveira.
Martinellli é um dos Moleques de Xerém em destaque no atual elenco do Fluminense. Promovido ao profissional no fim de 2020 por Odair Hellmann, o camisa 8 é de 2001, conhecida como "geração de ouro". Foi o primeiro a subir em um elenco que contava com jóias como Marcelo Pitaluga, que retornou ao clube neste ano após passagem no Liverpool, Luiz Henrique (Zenit), João Pedro (Brighton) e André (Wolverhampton).
— Falar do Martinelli é falar de um jogador extremamente trabalhador, compenetrado no que ele quer. É um cara que sabe muito bem os objetivos da vida dele, que tem uma fome pelo aprendizado. Ele tem uma geração aí com muitos jogadores na frente dele, mas ele não se preocupou com os outros, na verdade focou no que ele teria que fazer para evoluir no dia a dia. Isso aí fez com que ele conseguisse o espaço dentro da categoria, no caso na formação, e depois que ele conseguisse ascender para o profissional na frente de alguns deles, inclusive o André. Martinelli teve essa chance e agarrou. A cada temporada ele tem um valor de mercado e principalmente o valor esportivo dentro do clube muito grande. Um jogador que, como pessoa é fenomenal, é um cara que eu admiro bastante, eu tenho um grande prazer de poder falar que eu participei de um período da formação dele.

Além dele, o Fluminense levou outros seis garotos da base para o Mundial, sendo um deles uma referência para todos no elenco. Os goleiros Gustavo Ramalho e Marcelo Pitaluga, os meias Isaque e Wallace Davi, e o atacante Riquelme Felipe se juntam a Thiago Silva na lista de atletas formados em Xerém. Ainda que não tenha trabalhado com esses nomes, Eduardo Oliveira reforçou a importância de ter um zagueiro do porte do camisa 3 para a evolução dos jovens.
— Eu acredito que o Thiago Silva é a prova de uma identidade, ele teve os seus desafios no início, conseguiu construir uma carreira de altíssimo nível e o retorno dele para o Fluminense é basicamente o espelho para que todos esses jogadores jovens consigam se enxergar nele, saber que fazendo tudo da melhor forma possível, tendo uma carreira muito comprenetrada e de grande sucesso, o clube vai estar sempre de portas abertas. Deve ser um privilégio poder olhar um jogador desse calibre usar ele como um grande exemplo para a formação e para a ascensão de novos talentos no Fluminense.
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Fora do Tricolor, o principal destaque é John Kennedy, autor do gol do título da Libertadores de 2023 e atual atacante do Pachuca. Em 2024, após a saída de Fernando Diniz, perdeu espaço no time sob o comando de Mano Menezes e foi emprestado ao time mexicano.
— Dos meninos que tivemos a oportunidade de contribuir no período de Xerém, acho que o John é um que tem uma imagem muito atrelada ao clube pelo título da Libertadores, por todos os Fla-Flus que ele decidiu desde a base. Dele a gente pode esperar qualquer coisa, porque ele é muito decisivo, então sempre temos que estar atentos, porque é um jogador de altíssimo nível, que está conseguindo evoluir pessoalmente nessa passagem pelo México, e que eu tenho o grande prazer em me relacionar bem. — apontou Eduardo.
— Outros jogadores ainda estão nesse período de afirmação. Para o Matheus Martins, que já teve um papel um pouco mais relevante, mas agora está tentando voltar a poder contribuir de forma efetiva para o Botafogo. O Arthur é um outro jogador que está fazendo a transição base profissional fora do país, que é um desafio muito grande, mas que tem um talento também muito interessante. Espero que eles consigam utilizar esse Mundial como uma plataforma de desenvolvimento, que possam mostrar o talento porque eles têm, e que eles consigam realmente se consolidar como grandes nomes mundiais. — complementou.
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Campanha dos brasileiros no Mundial de Clubes
Com duas rodadas disputadas da Copa do Mundo de Clubes, os brasileiros seguem invictos diante dos europeus. As vitórias de Botafogo e Flamengo sobre PSG e Chelsea, respectivamente, e os empates de Fluminense e Palmeiras, com Borussia Dortmund e Porto, foram os destaques da competição e chamaram a atenção do restante do mundo.
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— Eu acredito que o Fluminense, assim como o Botafogo, o Palmeiras e o Flamengo, vêm demonstrando um futebol de altíssimo nível, independente de uma comparação com a Europa. São oportunidades de eles demonstrarem o trabalho que é feito no próprio clube no dia a dia, no Campeonato Brasileiro, na Copa do Brasil, na Libertadores. E eu fico muito feliz de ver isso, porque eu tenho total convicção que o nosso futebol é de altíssima qualidade, que os treinadores que lá estão são treinadores de altíssimo nível. Então esse Mundial de Clubes vem com um papel muito interessante de conseguir colocar diferentes escolas para se enfrentar e realmente num local onde é uma competição que tem um equilíbrio muito grande. Então a gente continua torcendo para que eles possam ir progredindo na competição e mostrando esse futebol. De altíssimo nível para que a gente possa ter um futebol brasileiro cada vez mais competitivo e com os jogadores e profissionais do próprio futebol sendo valorizados nacionalmente e internacionalmente.
O Fluminense volta à campo pela terceira rodada da fase de grupos para enfrentar o Mamelodi Sundowns, da África do Sul. Dessa vez em Miami, o duelo será na quarta-feira (25), no Hard Rock Stadium, em Miami. Um empate basta para garantir a classificação, mas uma vitória pode assegurar a liderança.