Botafogo 1 x 0 PSG. Flamengo 3 x 1 Chelsea. Fluminense 0 x 0 Borussia. Palmeiras 2 x 1 Al Ahly. Botafogo, Flamengo e Palmeiras já classificados para a próxima fase do Mundial de Clubes. Entre ótimos resultados iniciais, duas vitórias foram emblemáticas, incontestáveis e, por que não dizer, históricas. Em pleno Mundial de Clubes 2025, o futebol brasileiro voltou a olhar nos olhos da Europa - e vencer.

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O PSG, atual campeão da Champions League, sucumbiu diante de um Botafogo intenso, organizado e maduro. O Chelsea, com toda sua potência financeira, foi dominado por um Flamengo que soube controlar o jogo e impor seu estilo. Três dos quatro clubes brasileiros já classificados para a próxima chave e no momento que você está lendo esta coluna, o Fluminense também pode ter garantido a sua classificação. Triunfos que devolvem autoestima, credibilidade e, principalmente, mostram que é possível competir em alto nível.

Seis partidas, quatro resultados positivos. Parece que voltamos a ser “o melhor futebol do mundo”? É aí que entra a reflexão: vitórias pontuais não compensam nossos gargalos estruturais nem garantem hegemonia.

Não podemos cair na velha armadilha da epifania. O futebol brasileiro tem o hábito de confundir momentos com verdades eternas. Euforia demais emburrece.

Sim, vencemos. Mas o campeonato ainda está em andamento. E mais importante do que o placar é o que fazemos com ele. Se essas vitórias servirem apenas para alimentar manchetes ufanistas e reafirmar uma suposta “superioridade nata”, corremos o risco de repetir os mesmos erros de sempre: comodismo, autossuficiência, negligência com a estrutura.

Futebol brasileiro se sustenta em lampejos de genialidade

É preciso lembrar que nossos clubes chegaram ao torneio com preparação especial, foco total e calendário adaptado. Enquanto isso, os europeus enfrentam um Mundial fora de timing - fim de temporada, elenco esgotado, transições de vestiário. Isso não diminui os méritos dos brasileiros, mas reforça a necessidade de analisar o todo, não apenas o placar.

O futebol europeu se sustenta em processo, governança, infraestrutura e consistência. O futebol brasileiro, em lampejos de genialidade. Se podemos aprender algo com essa Copa, é que respeito só se conquista com regularidade.

Talvez estejamos diante de um novo ciclo. Tomara. Mas isso só será verdade se soubermos aprender com a vitória, tanto quanto deveríamos ter aprendido com as derrotas anteriores.

O futebol ensina todos os dias. Só falta a gente parar de se achar pronto e começar, de fato, a estudar.

Jorginho e Wesley comemoram gol do Flamengo contra o Chelsea no Mundial de Clubes (Foto: Gilvan de Souza/Flamengo)

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Felipe Ximenes escreve sua coluna no Lance! todas as quartas-feiras. Confira outras postagens do colunista:

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