MIAMI (EUA) — Fluminense conquistou a classificação para as oitavas de final do Mundial no empate sem gols com o Mamelodi Sundowns. O jogo foi duro e os comandados de Renato Gaúcho encontraram dificuldades contra os sul-africanos.

No decorrer da partida, Facundo Bernal entrou no lugar de Hércules e, mais tarde Thiago Santos no lugar de Nonato. Ambos os jogadores oferecem mais características defensivas, sendo o uruguaio um "camisa 5", enquanto Thiago já declarou preferir jogar de zagueiro, mas pode atuar mais avançado também.

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Bernal teve uma lesão muscular de grau 3 antes do Mundial e ficou semanas em tratamento, retornando ao campo direito nos jogos do Fluminense dos Estados Unidos, ganhando minutos contr ao Ulsan e depois contra o Mamelodi. Antes disso, vinha recebendo oportunidades. Já Thiago, apesar de ser um jogador bem avaliado por Renato, não soma tantos minutos na temporada, mas o treinador mostrou seu apreço pelo atleta.

— Muitas vezes o torcedor, pelo estilo de jogo, não gosta do jogador. Mas para o treinador é um tipo importante de jogador, porque pe aquele "pitbull" na frente da área, que morde, que pega, não dá muito espaço ao adversário. Então eu uso ele às vezes como zagueiro, às vezes, como volante. Lá no Grêmio também, a torcida do Grêmio não gostava muito dele, foi uma época em que eu não estava lá. Depois ele veio para o Fluminense, é um jogador que às vezes é perseguido pelo torcedor, justamente pelo estilo. O treinador não, porque gosta desse estilo de jogadores, tanto é que ele tá sempre com a gente, é bom de cabeça também — explicou.

Bernal Fluminense Mundial
Facundo Bernal em campo pelo Flumienense no Mundial de Clubes (Foto: Marcelo Gonçalves/FFC)

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Depois, justificou as substituições e revelou o motivo pelo qual colocou a dupla em campo, mesmo que em momentos distintos. O Mamelodi, por precisar da vitória para se classificar, se lançou ao ataque durante os 90 minutos e, com dificuldade de passar da marcação tricolor, passou a tentar bolas na área.

— Nessas horas a gente sabe que o adversário sempre vai colocar a bola nos minutos finais dentro da área. Então, ao invés de eu colocar três zagueiros, eu coloquei tanto ele quanto o Facundo, que são dois caras altos, bons, dois pitbulls ali na frente de área pra marcar, porque a gente sabia que o adversário ia vir pro tudo ou nada. Eles conseguiram entrar bem, neutralizaram as jogadas do adversário e na bola aérea também foram bem. Esses são jogadores bastante úteis. (...) Ninguém conhece mais o jogador que o treinador. O jogador congura com o jogador todos os dias. Quando a gente troca um pelo outro, começa uma partida, a gente sabe exatamente o que a gente está fazendo.

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O Fluminense até tentou começar pressionando, mas se mostrou desacertado em campo, de forma que o Mamelodi mandou nos dez minutos iniciais. O time sul-africano chegou perigosamente aos 5, aos 7 e aos 8, só parando nas mãos de Fábio. Nas duas últimas, o brasileiro Lucas Ribeiro pifou Matthews cara a cara com o camisa 1. Aos 13, numa troca de passes na área, Freytes quase entregou o doce ao ser pressionado por Zwane, mas conseguiu se safar.

O jogo seguiu assim até a parada técnica. A partir de então, o Tricolor conseguiu encaixar a marcação e, aos 35, veio a primeira chance brasileira. Martinelli achou Arias na direita. O colombiano entrou em diagonal na área e chutou. A bola triscou o pé da trave e foi para fora. A pressão surtiu efeito e aos 40, em cobrança de falta, o camisa 21 levantou na área, mas a zaga tirou. A bola sobrou para Nonato que tentou o ângulo, mas colocou efeito demais na bola.

O segundo tempo começou como o primeiro. As primeiras ações ficaram nos pés dos Downs, com as bolas sempre passando pelos pés de Lucas Ribeiro. E foi assim que, aos 5, chileno Allende, que não é parente da escritora Isabel nem do ex-presidente Salvador, fez um lançamento e Freytes quase meteu contra ao mandar a redonda para escanteio. Como na etapa inicial, o Mamelodi dominava as ações, até que, aos 12, o Flu apareceu. Arias e Samuel Xavier tabelaram pela direita e cruzou, na medida, para Cano, que tocou na trave.

Aos 27, o Tricolor chegou de novo. O colombiano foi lançado na área, mas foi travado na hora do chute. Um minuto depois, Bernal recebeu de Keno e tentou encobrir Williams. A partida começava a tomar contornos de drama, já que os sul-africanos sonhavam com a vaga, que viria com a vitória, e os brasileiros queriam, pelo menos, manter o 0 a 0. E para isso, o time de Renato Gaúcho começou a tentava prender a bola na frente ou matava os avanços do Mamelodi com faltas. O drama seguiu até o segundo final. Com o apito final, o Flu entrou entre os 16 melhores times do mundo.