Em um país onde o futebol e o vôlei são os esportes preferidos de boa parte da população, o badminton, uma modalidade olímpica ainda pouco conhecida no Brasil, começa a atrair a atenção dos belo-horizontinos. No clube da AABB, localizado na região da Pampulha, em Belo Horizonte, a escolinha fundada em 2018 tem conquistado adeptos na capital mineira.
Adriano Pires e Silva, 52 anos, é o idealizador do projeto, e revela que conheceu o badminton durante as Olimpíadas do Rio-2016 com a estreia do brasileiro Ygor Coelho. À época, o educador físico passou a praticar o esporte de forma recreativa e iniciou o projeto no clube em uma quadra improvisada aberta de peteca. "Hoje, os alunos treinam em uma arena coberta com quadras pintadas, e a partir daí rapidamente a escolinha ganhou popularidade", explica.
Segundo ele, o badminton é um esporte democrático e é adequado para todas as idades.
"Atualmente, temos 130 praticantes, entre atletas adultos e infantis. Iniciamos com crianças a partir de seis anos e temos participantes de até 73 anos", conta Adriano.
Heraldo Marro, de 73 anos, deixou o futebol de lado e dedica semanalmente a prática de badminton."Prático badminton quatro vezes por semana e considero esse esporte espetacular. Ele oferece mais benefícios para o corpo e a mente do que o futebol. É um esporte ideal para todas as idades", afirma.
O aposentado também destaca a convivência cordial e o respeito ao adversário como aspectos que o conquistaram. "Na minha família, três gerações praticam badminton aqui: eu, meu filho de 43 anos e minha netinha de seis anos. O esporte é para todos", conclui.
Aos 69 anos, Maria do Rosário, pratica badminton há 4 meses e conta que encontrou no badminton uma forma prazerosa de se exercitar e socializar. "O esporte é criativo, estimula a mente e traz alegria. É uma maneira de movimentar o corpo e a alma. A convivência cordial e o respeito ao adversário são aspectos que me conquistaram", diz ela.
Irmãos de BH se destacam no Badminton
Juliana Valerio Paularie, de 12 anos, e Rafael Paularie, de 9 anos, praticam Badminton há 2 anos, os irmãos, são vice-campeões nacionais e campeões mineiros na categoria dupla Mista. "A gente sempre gostou muito de esportes. Quando apareceu uma aula nova de badminton, decidimos experimentar e nos apaixonamos pelo esporte", contam.
Além do badminton, Rafael também pratica vôlei e futebol. Mas o pequeno confessa sua paixão pelo vôlei e pelo Badminton. “Se fosse escolher sair de um dos esportes, eu acho que sairia do futebol. O badminton é muito divertido e exige concentração, mas quando eu tô jogando eu esqueço de tudo, quero jogar e nas competições vencer”, explica o menino de nove anos que demonstra um forte espírito competitivo.
O badminton é um esporte que exige grande capacidade física dos atletas, incluindo agilidade, coordenação, força, potência e rápida reação, e é isso que atrai Juliana. Aos 12 anos, ela conquistou a medalha de prata nas categorias simples feminina e dupla feminina no campeonato nacional e afirma que o badminton é sinônimo de diversão e liberdade.
“Quando eu estou jogando, sinto que estou fazendo uma coisa legal, divertida, que é bom pra mim. O badminton é um esporte que é bom pra saúde. Eu fico nervosa em competições, mas quando começo a jogar o nervosismo vai embora, me sinto livre e faço o que preciso fazer para vencer”, explica.
Badminton nas Olimpíadas de Paris 2024
Nos Jogos Olímpicos de Paris 2024, o badminton será disputado a partir do dia 27 deste mês, com competições que se estenderão por 10 dias. O Brasil será representado por Ygor Coelho e Juliana Viana, que buscarão conquistar medalhas inéditas para o país.
O badminton, que teve origem na Índia e é jogado com uma raquete de 80 gramas e uma peteca de apenas cinco gramas, foi implementado nas Olimpíadas de 1992, em Barcelona. Nos Jogos Olímpicos de Paris, que começam no dia 27 deste mês, o Brasil terá dois representantes: Ygor Coelho e Juliana Viana, ambos em busca de medalhas inéditas.
O principal objetivo da modalidade é acertar a peteca (volante) sobre a rede para que ele toque o chão na quadra adversária, marcando pontos. Os jogos podem ser disputados em simples (um contra um) ou em duplas (dois contra dois)