Um dos pontos mais polêmicos da abertura da Olimpíada de Paris foi o momento em que uma performance foi associada a uma paródia da "Última Ceia" de Jesus Cristo. Philipe Katerine, o homem que, pintado de azul, aparece deitado em cima da mesa nu, pediu desculpas e revelou o quanto recebeu para representar o "Deus Dionísio".

A revelação, em entrevista ao jornal francês Libération, não é vista com bons olhos. Isso porque, semanas antes da cerimônia, a organização da abertura afirmou que os artistas que se apresentassem no evento não receberiam nenhum cachê. Alguns dançarinos, inclusive, pararam os ensaios alegando desigualdade no tratamentos dos artistas.

 


"Não sei quanto receberam os outros, espero que seja igual...Eu recebi 200 euros. Me pareceu muito, então aceitei. Botei no bolso. Esse é o infortúnio. Mas, você sabe, eu teria pagado 200 euros para participar", confirmou Philipe. O valor equivale à R$ 1.254 na cotação atual.


O cantor também pediu desculpas para os franceses em entrevista à CNN:


"Lamento se foi chocante, não foi a intenção...Fui criado na religião cristã. E o que é belo na religião cristã é o perdão. Então peço desculpas se ofendi", afirmou.

Direção nega referência à Santa Ceia


Apesar da associação da cena emblemática da abertura com o quadro da Última Ceia de Leonardo Da Vinci, a direção artística do evento negou que tenha feito uma paródia do momento cristão:


"A ideia era fazer uma grande festa pagã ligada aos deuses do Olimpo", disse Thomas Jolly ao canal francês BFM. Jolly também confirmou que Philippe representava do Deus Dionísio.


"Você nunca encontrará em meu trabalho qualquer desejo de zombar ou difamar. Eu queria uma cerimônia que unisse as pessoas, que as reconciliasse, mas também uma cerimônia que afirmasse nossos valores de liberdade, igualdade e fraternidade... Dionísio aparece nessa mesa. Ele está presente porque é o deus da festa, do vinho, e pai de Sequana, deusa relacionada ao rio Sena", afirmou o diretor.