A seleção masculina de futebol estreou nas Olimpíadas nesta quinta-feira (22) com uma vitória de 4 a 2 diante da Alemanha com três gols de Richarlison. No entanto, a comemoração feita pelo atacante Paulinho, no último tento, em homenagem ao orixá Oxóssi, comoveu e repercutiu nas redes sociais.

Recentemente, em entrevista à revista The Players Tribune, o jogador do Bayer Leverkusen revelou que, assim como a família, está ligado ao Candomblé e a Umbanda. No Brasil, de acordo com último censo do IGBE feito em 2010, cerca de 588 mil pessoas são adeptas de religiões com base em matriz africana. 

“Minha avó, minha mãe, minha tia… É algo que passa de geração para geração. Tenho muito orgulho da minha religião. Se bem que… Religião, não. Prefiro chamar de filosofia de vida. Uma coisa bem pessoal, que toca o meu coração. Sou eu comigo mesmo, entende? Cultuar essa filosofia me traz muita energia boa, muito axé. Como assentado e praticante, vou ao meu pai de santo sempre que estou no Brasil e peço proteção aos orixás, principalmente ao meu Pai Oxóssi e à minha Mãe Iemanjá”, explicou. 

Acumulando cerca de 700 mil seguidores nas redes sociais, Paulinho tenta usar a voz que carrega, como figura pública, na luta contra a intolerância religiosa. Até junho de 2019, o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, tinham registrado 354 denúncias de discriminação religiosa, por meio do Disque 100.

Por isso, a homenagem feita pelo jogador, logo após balançar as redes na maior competição internacional do mundo, foi muito comentada pelas pessoas que se sentiram representadas pelo atacante da Seleção Olímpica - que contou, ainda, com a colaboração do narrador do canal SporTV, Gustavo Villani, exclamando: “Para exú aplaudir!”. 

 

Entenda quem é Oxóssi

De acordo com a revista Super Interessante, os orixás são divindades dentro da crença que têm a energia de intervir nas forças da natureza, seja através da caça, plantio, uso de ervas para cura ou fabricação de ferramentas. Oxóssi, é um orixá caçador, dono da floresta, ligado a fartura e riqueza, por isso, tem o arco e flecha como ''ofá'' (símbolo que o representa). Atualmente é o patrono do Candomblé no Brasil.