Não é incomum ver atletas se referindo aos companheiros de time como ‘irmãos’, e afirmando que o elenco é uma verdadeira família. Em alguns casos, porém, essa afirmativa passa a ser literal. Para os Jogos Olímpicos de Paris-2024, a delegação brasileira terá três duplas de familiares somente no voleibol, um recorde nesta edição.

Bruninho e Bernardinho, pai e filho que fizeram história no vôlei nacional, Alan e Darlan, irmãos que ‘brigam’ em uma mesa posição, e Julia e Lukas Bergmann, casal de irmãos que podem realizar feito inédito. Conheça essas três duplas:

Bernardinho e Bruninho

Talvez a dupla de pai e filho mais famosa do vôlei do Brasil, Bernardinho e Bruninho reeditarão a parceria campeã olímpica em mais uma edição dos Jogos. O treinador, que se despediu da seleção masculina com o título na Rio-2016, retornou ao posto neste ano, para comandar o elenco em Paris.

Bernardinho e Bruninho | Foto: Instagram/Bruninho1

 

Capitão do grupo, o filho Bruninho é uma das principais referências para os companheiros. Criticado no começo de sua trajetória na seleção, em 2007, afinal, era o ‘filho do técnico’, o levantador se tornou um dos maiores ídolos de sua geração. Com tantos anos trabalhando juntos, hoje a influência e a admiração é uma via de mão dupla. Em entrevistas, tanto pai quanto filho são abertos em relação a quanto têm orgulho da história um do outro. Em Paris, podem conquistar a quarta medalha olímpica juntos.

Alan e Darlan

Alan (esq.) e Darlan | Foto: Reprodução/Instagram @darlan.souza01

Os irmãos-sensação do ciclo olímpico vão disputar uma Olimpíada juntos pela primeira vez. Alan, mais velho (30 anos), já estava com a seleção em Tóquio-2020 (realizada em 2021), e o mais novo (21) fará sua estreia. Jogando na mesma posição, os irmãos se apoiam, mas também concorrem pela titularidade, ainda que em uma competição saudável.

A influência foi direta. Darlan já citou, e diversas oportunidades, que começou no vôlei por incentivo do irmão, que já fazia bonito nas quadras. Na arquibancada, uma torcedora especial. A mãe da dupla, Dona Aparecida, também virou xodó dos fãs de vôlei, acompanhando cada passo dos filhos nos palcos do vôlei mundial.

Darlan e Alan, com dona Aparecida, nos tempos de Sada Cuzeiro do irmão mais velho | Foto: Arquivo Pessoal

 

Julia e Lukas Bergmann

Julia e Lukas Bergmann na final da Superliga | Foto: Instagram @juliabergmann6

Fechando as duplas de irmãos do vôlei em Paris-2024, Julia e Lukas Bergmann estão em seleções diferentes, mas o objetivo é o mesmo: uma medalha olímpica. Se conseguirem o feito, serão o primeiro casal de irmãos a subirem no pódio em uma edição de Jogos Olímpicos.

Nascidos em Munique, na Alemanha, a dupla é filha de mãe brasileira e pai alemão. Julia, a mais velha, traçou um caminho profissional diferente do caçula. Ela foi estudar e jogar vôlei nos Estados Unidos, na Universidade de Georgia. Direto do campus, estreou na seleção brasileira principal e 2019, na Liga das Nações. Já Lukas, caçula que foi carinhosamente apelidado de 'Julia' pela torcida, fez a base no Brasil, no Sesi-SP, onde joga até hoje. Este ano, foi campeão da Superliga e eleito o atleta revelação do torneio. Poucos dias depois, estreou na seleção brasileira adulta, e já conquistou convocação de Bernardinho para os Jogos Olímpicos.

Pelo Instagram, Julia celebrou a convocação de Lukas, que veio poucos dias depois de sua própria. “Não é todo dia que se vai à Olimpíada com seu irmão caçula”, postou.

Julia e Lukas Bergmann com os pais | Foto: Instagram @juliabergmann6