Cledenilson, central do Sada Cruzeiro, está longe das quadras desde novembro de 2024, quando sofreu uma ruptura no tendão de Aquiles durante a vitória sobre o Suzano por 3 sets a 0, pela Superliga Masculina. Com um período de recuperação previsto entre 10 e 12 meses, o atleta tem usado o canal “Vlog de Vôlei”, no YouTube, para se conectar com fãs e torcedores. Nos vídeos, o atleta compartilha os bastidores de sua rotina de treinos, jogos, e revisita momentos de sua trajetória, que começou em Santo Antônio de Jesus, no interior da Bahia, até alcançar destaque no cenário do vôlei brasileiro.

“Estou trabalhando duro na recuperação. É um desafio, mas estou focado em voltar mais forte para ajudar o time”, afirmou o central do Sada Cruzeiro.

Do futebol ao vôlei

Aos 14 anos, Cledenilson jogava futebol em um projeto social liderado por um pastor local. No entanto, precisou abandonar o esporte devido à falta de chuteiras adequadas. Em 2015, foi convidado pelo professor Ronaldo para um projeto de vôlei e, incentivado pela mãe, aceitou o desafio.

“Eu andava 7 km por dia para treinar. No início, pensei em desistir, mas o apoio do Ronaldo e a paixão pelo vôlei me fizeram continuar”, relembrou.

Títulos no vôlei e denúncia de racismo 

Dois anos depois, em 2017, antes de chegar ao Sada Cruzeiro, Cledenilson passou pelo Minas, onde deu os primeiros passos no alto rendimento. “Foi minha primeira viagem de avião. Quando cheguei ao Minas precisei me adaptar rapidamente ao nível técnico exigido”, contou.

No clube mineiro, jogou nas categorias de base, foi convocado para seleções de base e para a seleção principal. Conquistou o bronze nos Jogos Pan-Americanos de Lima, em 2019, e o título do Campeonato Sul-Americano, em 2021. Durante esse período, também relatou ter enfrentado um episódio de racismo.

“Diziam que meu cabelo ‘denegria a imagem do clube’. Não fazia sentido. O que meu cabelo tem a ver com meu desempenho? Decidi seguir trabalhando, mas isso me marcou”, declarou o jogador sem mais detalhes de eventos de discriminação que acabou sofrendo durante a passagem pelo Minas.

Cledenilson concluiu seu ciclo no Minas e, em 2019, transferiu-se para o Sada Cruzeiro. No time celeste, acumulou conquistas expressivas. São cinco títulos do Mundial de Clubes (dois ouros, uma prata e dois bronzes), quatro Sul-Americanos, dois títulos da Superliga e cinco do Campeonato Mineiro. Também venceu troféus da Supercopa e da Copa Brasil.

Mesmo afastado das quadras por lesão, o central fez questão de acompanhar a equipe na reta final do Mundial de Clubes, realizado em Uberlândia, onde o Sada venceu o Trentino, da Itália, e garantiu o pentacampeonato.

“Estar no Sada Cruzeiro é uma realização. Quero voltar e ajudar o time a conquistar mais títulos”, concluiu o central.

O Minas foi procurado pela reportagem de O TEMPO Sports para comentar as declarações do atleta, mas ainda não se pronunciou. A reportagem será atualizada caso uma manifestação seja enviada.