"Apesar de uma ótima vitória, hoje não tem nada o que comemorar". Assim começou o desabafo do levantador Bruninho, capitão da seleção brasileira de vôlei.
Na manhã desta sexta-feira (24), o Brasil venceu a segunda partida consecutiva, aliviando a pressão no técnico Renan Dal Zotto e seus comandandos. Porém, a vitória foi agridoce. O oposto Alan, principal atacante brasileiro na Liga das Nações, sofreu uma lesão no tendão de Aquiles e precisou sair de quadra carregado.
Além de Alan, outros atletas vêm competindo 'no sacrifício'. Lucarelli e Leal ficaram de fora da primeira semana da competição e já retornaram a atuar com a titularidade. A Liga das Nações, torneio longo, tem jogos em dias consecutivos, o que pode agravar ainda mais a chance de lesões.
Em suas redes sociais, Bruninho postou um texto lamentando a lesão não só do companheiro de seleção, mas também de atletas de outros países.
"Apesar de uma ótima vitória, hoje não tem nada o que comemorar. Tivemos duas notícias muito tristes. Duas lesões de companheiros e amigos da nossa equipe, uma extremamente grave, que precisará de cirurgia e um longo tempo de recuperação. Isso apenas na nossa equipe, pois sabemos de outras lesões mais e menos sérias em outras seleções. Fica aqui meu desabafo", escreveu o campeão olímpico.
Sem poupar críticas, o multicampeão criticou o calendário do voleibol, que tem competições em períodos muito próximos, como principal culpado. Em texto, pede que as autoridades do vôlei pensem em 'quem faz o espetáculo acontecer'.
"Para que as entidades que cuidam do voleibol possam entender que esse calendário está cada vez mais insano. Que as pessoas que cuidam do nosso esporte pensem em quem faz o espetáculo acontecer. Tivemos essa discussão alguns anos atrás, com alguns capitães de equipes, mas continuamos reféns, sem termos o devido cuidado e preocupação de quem gere o calendário", concluiu Bruninho.
Quem fez coro ao levantador foi Rosamaria, da seleção feminina. A atleta compartilhou o mesmo texto que Bruno e completou: "Sempre brincamos nos bastidores que o calendário do voleibol é destruidor de corpos. Sem férias pensadas para quem joga em seleção. Anos e anos nessa pegada. E se você pedir dispensa porque seu corpo e mente não aguentam mais, ainda é visto com maus olhos", disparou a jogadora.