Se mantiver força máxima para enfrentar o Catar nesta terça-feira (30), pelo Campeonato Mundial, a seleção brasileira masculina de vôlei contará com Fernando Cachopa pelo segundo jogo e meio consecutivo. E foi justamente a partida pela metade que fez o levantador, ex-Sada Cruzeiro, pegar o lugar de Bruninho entre os titulares.
Ao sentir a derrota cheirando o cangote logo na estreia, o técnico Renan Dal Zotto promoveu duas mudanças para o terceiro set diante de Cuba, que vencia por 2 a 0. O ponteiro Rodriguinho, do Sada, entrou no lugar de Lucarelli, e Cachopa foi colocado na vaga de Bruninho. Essa segunda alteração, especialmente, melhorou o desempenho do Brasil, que conseguiu a virada e venceu por 3 a 2.
Criou-se para a partida seguinte, contra o Japão, a dúvida quanto a quem caberia a distribuição de jogadas no time verde e amarelo. Diante da fase melhor vivida por Cachopa, o técnico Renan Dal Zotto o escalou entre os titulares. A seleção manteve um ritmo mais parecido com o sets vencidos diante de Cuba, com o ex-cruzeirense, do que com os perdidos, com Bruninho, e fez 3 a 0 sobre os asiáticos. "Tenho excelentes atacantes aqui na seleção, e isso acaba facilitando o meu trabalho", afirmou Cachopa.
Mas uma análise comum entre quem acompanha o vôlei de perto também pode explicar a ida de Bruninho para a reserva: o jogador tem apresentado queda de desempenho técnico. Isso, inclusive, vez ou outra provoca questionamentos à convocação do levantador, que, em outros tempos, foi peça fundamental na seleção.
Após a "era Ricardinho", Bruninho passou a ser o dono da posição no time verde e amarelo, pelo qual conquistou uma medalha de ouro (2016) e duas de prata (2008 e 2012) em Jogos Olímpicos. Foi, ainda, campeão (2010) e vice mundial (2014 e 2018). No currículo, dentre outros títulos, também estão dois Pan-Americanos (2007 e 2011). Aos 36 anos, o levantador defende o Modena, da Itália.
Mesmo país onde hoje atua Fernando Cachopa, de 26, que foi para o Monza após defender o Sada por sete temporadas. O jogador tem passagens pelas categorias de base da seleção e, pela principal, venceu a Copa do Mundo de 2019. Agora no Campeonato Mundial, busca uma regularidade nas fases decisivas da competição para ficar mais perto de uma vaga nas Olimpíadas de 2024.
Contra o Catar, nesta terça, às 6h (de Brasília), o único objetivo do Brasil é melhorar a própria campanha, pois a seleção já está classificada para as oitavas de final do Campeonato Mundial. A importância de conquistar os três pontos é garantir uma posição mais alta no ranking geral das 16 seleções que avançarão.
Isso porque o cruzamento das oitavas de final será definido de acordo com o desempenho na primeira fase. A equipe de melhor campanha enfrenta a 16ª no ranking geral; a segundo colocada pega a 15ª; e assim por diante.