Inspiração

Facundo Conte: presença dos pais para colocar em ação lições do jardim de casa

Ponta argentino do Sada Cruzeiro terá torcida especial no ginásio do Riacho para colocar seu time em mais uma final de Sul-Americano

Por Daniel Ottoni
Publicado em 14 de fevereiro de 2020 | 09:44
 
 
 
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Mesmo sendo apoiado por milhares de torcedores do Sada Cruzeiro nesta reta final de Sul-Americano, o ponta argentino Facundo Conte tem uma presença especial nas cadeiras do ginásio do Riacho, que recebe o torneio até este sábado. Nesta sexta, acontecem as semifinais, com o time da casa entrando em quadra às 19h diante do EMS Taubaté Funvic (SP).

No jogo de fundo, às 21h30, duelo argentino entre UPCN e Personal Bolívar. Recém-chegado de Buenos Aires, Hugo Conte, pai e empresário de Facundo e um dos maiores nomes da história do vôlei hermano, está acompanhado da esposa para dar uma força-extra para o filho, que joga fora do país desde os 18 anos de idade, sempre procurando jogar com a camisa 7 que seu pai também vestiu. 

Esta é apenas mais uma vez em que Hugo faz questão de estar presente em um momento de decisão, sabendo que o filho tem uma motivação a mais para dar seu melhor em quadra. "Ele gosta muito de assistir bons jogos, ainda mais quando estou em quadra. Ele fica muito orgulhoso e até emocionado, fiz ele chorar algumas vezes". brinca Facundo, uma das grandes referências do elenco do técnico Marcelo Mendez, que busca o heptacampeonato.

"Ele já assistiu muitos jogos importantes da minha carreira em todos os países que joguei, como Itália, China e Polônia. Minha mãe quando pode também aparece. Aqui no Brasil, fica mais fácil pra vir e poder compartilhar isso com quem me viu crescer e me ensinou tudo da vida e no esporte é muito lindo. Eles costumam me dar muita sorte", agradece o jogador. Conte vai enfrentar seu ex-time, que lhe deu, na última temporada, o título da Superliga. 

Ficando tanto tempo longe dos pais, Conte tenta aproveitar ao máximo o pouco período em que tem a dupla por perto, sabendo do esforço que eles fizeram para estar em outro país o acompanhando na reta final de torneios. "É muito bom ter alguém na aquibancada para abraçar após os jogos, seja para comemorar ou para consolar. Fico muito feliz toda vez que eles estão presentes, a gente fica muito longe e esses são momentos importantes. Para eles, ver o filho jogar é uma das coisas mais legais, sei que é motivo de muito orgulho para os dois. Eles sempre tentam vir uma ou duas vezes por temporada para compartilhar algum tempo junto e me dar apoio em momentos tão emotivos como esses", salienta.  

Posição no sangue e lições no fundo de casa

Agora do outro lado, ele espera colocar em prática os ensinamentos de quem conhece bem o lugar da quadra onde atua. Conte viu os pais atuarem durante toda a carreira esportiva como ponteiros, se destacando por onde passaram. "Tudo que sei aprendi com eles, me ensinaram a amar esse esporte e nunca parar de jogar e a me divertir, principalmente. Herdei as melhores coisas dos dois. Minha mãe saltava muito, era muito boa na recepção e defesa. Meu pai tinha uma mão espectacular, uma visão de jogo incrível e muitas 'manhas' me ensinou no jardim de casa, quando eu ainda nem jogava em clubes, eu tinha apenas 13 anos. A gente brincava com uma corda e colocávamos as mãos de bloqueio para aprender a jogar contra elas, sempre explorando as mãos de fora, uma das especialidades dele", lembra Facundo, reforçando uma das principais características do vôlei argentino. "Os dois foram decisivos pra a escolha da minha posição. Mas foi algo natural pra mim, eu  sempre me dei bem na ponta e na defesa principalmente", revela. 

 

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