Qual a chance de uma apresentação terminar em aplausos se músicos a maestro não se conhecem? A pergunta tenta ilustrar o que se passa em um time de vôlei que perde os dois levantadores, titular e reserva, e inicia a temporada com novatos na posição. No Sada Cruzeiro, considerando os resultados, nada a reclamar.
O experiente Nico Uriarte, de 32 anos e currículo vitorioso, avalia que o time celeste, com nova regência, está no caminho certo. O levantador argentino voltou ao clube celeste nesta temporada para substituir Fernando Cachopa, que se transferiu para o Monza (Itália). Quem também chegou foi Rodrigo, para ficar como suplente no lugar de Rhendrick, que seguiu para o Itambé Minas.
Se no palco as mãos do maestro marcam o tempo da música, na quadra elas ditam o da bola: mais veloz ou cadenciada? Também cabe ao levantador decidir se a equipe atacará com os pontas ou com os centrais; intuir o que o bloqueio adversário está pensando, para conseguir enganá-lo; e estar afinado com o sistema defensivo, afinal é a recepção que lhe entrega a bola.
Por isso, mais do que qualquer outro jogador, o levantador é quem mais precisa estar afinado ao restante do time. E, em 12 partidas já disputadas pela Raposa neste início de temporada, a avaliação de Uriarte é positiva quanto a isso.
"Estamos no caminho certo para sempre tentar melhorar esse entrosamento. Alguns jogadores chegaram mais em cima da hora para as partidas e foi importante usar o pouco tempo que tivemos com eles", avalia o argentino, lembrando que quatro colegas perderam a pré-temporada.
O central Lucão, o oposto Wallace e os ponteiros López (Cuba) e Rodriguinho, todos titulares, só chegaram para a segunda rodada do Campeonato Mineiro, porque disputaram o Mundial de seleções, o que atrapalhou os ajustes com o levantador.
Apesar disso, a equipe celeste voltará a jogar na próxima segunda-feira (7), contra o Suzano, defendendo a invencibilidade na temporada. Mas Uriarte afirma que ainda há espaço para progredir. "Estamos trabalhado bem para buscar esse entrosamento o mais rápido possível. Para isso acontecer, é preciso ter boa comunicação entre os colegas e a comissão técnica. Ainda estamos no início da temporada, sempre tem coisa para evoluir e esse é sempre o foco."