Seleção feminina de vôlei foge de favoritismo e foca em preparação para Paris

O objetivo é claro: retornar ao pódio dos Jogos Olímpicos. A jornada não é tão simples assim. É com essa mentalidade que as primeiras convocadas para a seleção feminina de vôlei se apresentaram em Saquarema (RJ), na última quarta-feira (24/4), para o início dos trabalhos sob a tutela do técnico tricampeão olímpico José Roberto Guimarães.

Até agora, são oito atletas treinando, e os torcedores aguardam as próximas rodadas de convocação, que devem ocorrer ao longo dos próximos dias. Antes de viajar para Paris, porém, a seleção feminina disputa a Liga das Nações (VNL) a partir do próximo mês. Para o técnico, o tempo é curto, mas o trabalho já começou há mais tempo.

"É um período relativamente curto para preparação para os Jogos Olímpicos, mas é o que temos. Antes da Olimpíada, que é nosso objetivo principal, teremos a VNL. Começamos daqui a três semanas, no Rio de Janeiro, e esperamos que as jogadoras consigam assimilar da melhor maneira possível a carga de treinamentos que teremos", explicou Zé Roberto.

"Tentamos antecipar com todas elas, nos clubes que elas jogaram nessa temporada, para que elas fizessem o melhor trabalho possível e se cuidassem da melhor maneira possível para já termos uma boa inércia de trabalho e começarmos diferente de alguns anos passados. Acredito que todas tenham se cuidado e todas estejam numa condição melhor que a do ano passado, e consequentemente, isso vai nos ajudar muito", continuou.

A levantadora Macris, a oposta Lorenne, as ponteiras Gabi, Rosamaria e Julia Bergmann e a central Diana já se apresentaram entre as convocadas. Helena (ponteira, 18 anos) e Luzia (central, 20), estão como convidadas para ganharem experiência no grupo principal. 

Trabalho na VNL será essencial

Mesmo com foco nos Jogos Olímpicos, o plano da comissão técnica brasileira é usar a Liga das Nações como parte da preparação para chegar em Paris na melhor forma possível. Além disso, os jogos da VNL também contam para pontuação no ranking, fato que impacta diretamente no sorteio e chaveamento para o torneio olímpico.

Para isso, o foco brasileiro ao longo das próximas três semanas é no fortalecimento, para evitar lesões e fazer com que o elenco chegue completo nos próximos desafios. "Não podemos perder ninguém", afirmou o comandante.

"Ainda não sabemos quem serão nossos adversários na fase de grupos, porque ainda teremos o sorteio, mas o importante é esta preparação. Temos que acreditar muito nesses jogos que vão anteceder a Olimpíada e tudo que teremos pela frente em treinamento e preparação. Vamos usar a VNL como preparação, já temos uma certa experiência com o que aconteceu ano passado e isso nos ajudou muito", comentou.

Fugindo do favoritismo

Atual vice-campeão olímpico, Zé Roberto não considera o Brasil favorito nos Jogos Olímpicos, mas também não descarta presença em mais uma decisão. Ele passou a última temporada como técnico do THY, da Turquia, enfrentando, estudando — e até treinando — de perto algumas das principais estrelas do vôlei mundial.

"Não somos um time favorito. Temos a Turquia, que fez um excelente ciclo ano passado, a Sérvia, campeã mundial, a China, que tem a volta de algumas jogadoras importantes, os Estados Unidos, sempre um time a ser batido também. A Itália, que ainda não se classificou, mas vai se classificar, e tem a Egonu como ponto de força, o Japão sempre dá trabalho para todo mundo e Polônia que, no último Mundial, quase chega à final. Ou seja, temos aí 8 ou 9 times brigando que vão poder estar no pódio na Olimpíada", analisou.

"Esperamos que nosso time consiga fazer um bom trabalho, ter um bom comprometimento e desenvolvimento e chegar no pódio em Paris.