O estádio é o mesmo. Mas quilômetros de distância os separam. O torcedor do Atlético, Jorge Mucci, esteve presente no duelo em que o Galo se sagrou campeão brasileiro, em 1971, contra o Botafogo, no Rio de Janeiro.

E 50 anos depois, os destino coloca o atleticano e o estádio carioca frente a frente novamente, em mais uma possível conquista alvinegra. Dessa vez, Jorge está em um bar de atleticanos em Belo Horizonte. Mas a televisão e a atenção estará voltada para o confronto entre Flamengo e Ceará, que poderá dar o bicampeonato ao Galo. Se o time rubro-negro tropeçar, Jorge, aos 85 anos, verá o segundo título brasileiro do seu time do coração.

Uma espera enorme, mas que não fez Jorge se esquecer de pequenos detalhes.

"Eu invadi o gramado do Maracanã, depois do jogo, para abraçar meus ídolos", recorda o atleticano, que fez questão de guardar o ingresso daquele duelo do dia 19 de dezembro de 1971. Mandou plastificar e o bilhete serve como uma espécie de amuleto.

No bar, Jorge é atração e chama a atenção dos vários atleticanos que também estão na expectativa pelo título que não vem a meio século. A cada minuto, um torcedor pede para tirar foto com ele e com o ingresso do inesquecível jogo.

Jorge também fez questão de levar as medalhas da Libertadores e Copa do Brasil.

"Essas medalhas são originais. Foi o Kalil (Alexandre, ex-presidente do Atlético e atual prefeito de Belo Horizonte) que me deu", disse orgulhoso.

Natural de Jequeri, que fica próximo a Ponte Nova, na Zona da Mata mineira, Jorge veio para Belo Horizonte, em 1952, ainda garoto. Se apaixonou pelo Atlético e começou a seguir o clube por onde ia. 

A família do Jorge é atleticana e apesar da idade, ele sempre faz questão de ir ao campo ver o time jogar. Esteve no Mineirão no último domingo, na partida conta o Fluminense.