Uma família acionou a polícia após descobrir que o corpo de um parente foi cremado por engano em Belo Horizonte. A exumação — processo que consiste na retirada dos restos mortais de uma sepultura — deveria ocorrer nesta sexta-feira (30 de maio). No entanto, a família descobriu que o corpo havia sido trocado e cremado no ano passado.

Conforme o boletim de ocorrência, o filho do falecido informou que o pai foi sepultado no cemitério no dia 4 de abril de 2021. Na ocasião, a família foi informada de que, três anos depois (em 2024), seria realizada a exumação e, posteriormente, definida a destinação dos restos mortais.

Ainda segundo o relato registrado pela polícia, após o período indicado, a família foi avisada de que o procedimento deveria ser feito em outra data. Nesta sexta-feira (30), eles foram chamados ao cemitério para que a exumação fosse realizada. No entanto, o corpo do familiar não foi encontrado na sepultura.

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No local, conforme o registro policial, estava o corpo de uma mulher. A família foi comunicada por uma supervisora do cemitério de que houve um erro e que os corpos foram trocados. Com isso, o corpo do parente dessa família foi cremado no ano passado sem a permissão e a presença dos familiares. O procedimento deveria ter sido feito com o cadáver da mulher. No entanto, a cremação não ocorreu no cemitério Bosque da Esperança, onde os dois corpos foram trocados e sepultados em gavetas. O local onde a cremação foi realizada não foi informado pela polícia.

A polícia foi acionada, já que a intenção dos familiares não era cremar os restos mortais do homem. Eles alegaram que, por questões pessoais, não desejavam realizar o processo de incineração do corpo, mas sim recolher os ossos do ente querido.

A reportagem de O TEMPO questionou a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) se o caso será investigado. A instituição ainda não se manifestou, e a matéria será atualizada com o posicionamento.

O cemitério Bosque da Esperança informou, por meio de nota, que, "durante a exumação, a ossada do cliente 1 foi, equivocadamente, entregue à família do cliente 2. Esse erro inadmissível contraria todos os protocolos de controle e segurança que norteiam nosso trabalho. O caso foi tratado com a devida seriedade, resultando na demissão dos responsáveis". O cemitério informou ainda que não houve cremação de nenhum corpo na instituição.

"Nossos protocolos operacionais, que sempre superaram as exigências legais, foram revisados, aprimorados e reforçados para todos os procedimentos de exumação e entrega de ossadas às famílias. Entramos em contato com a família, através do filho do falecido, ainda no dia do ocorrido. Colocamo-nos inteiramente à disposição para adotar quaisquer medidas que possam minimizar a dor da família. Até o momento, não obtivemos retorno do filho do falecido, nem de qualquer outro familiar. Reiteramos, por fim, que tentamos novo contato em duas ocasiões no dia de ontem, infelizmente sem sucesso. Reiteramos nossas mais sinceras desculpas e expressamos nosso profundo pesar, em nome da empresa e dos mais de 150 colaboradores. Reafirmamos que estamos — como sempre estivemos — à disposição para quaisquer esclarecimentos adicionais".