O TEMPO

Quem poderá nos defender?

O bandido, este sim, mata sem dó nem piedade com armas com numeração raspada, ilegais e oriundas de quadrilhas bem organizadas. Eu prefiro ter uma chance em um milhão de vezes para defender a minha vida do que não ter nenhuma


Publicado em 23 de abril de 2021 | 06:00
 
 
 
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Meus amigos e minhas amigas, a eterna discussão sobre armamento e desarmamento no Brasil, pelo visto, vai perdurar por muito tempo. De um lado, existem os armamentistas, aqueles que defendem o direito do cidadão de bem, sem nenhuma condenação judicial, que foi aprovado nos testes psicológicos e de aptidão da PF, poder comprar sua arma de fogo.

Na outra ponta, os que não aceitam sequer discutir o assunto: já possuem opinião formada e entendem que apenas quem deve possuir arma é a polícia.

Como deputado federal, fui relator do Projeto de Lei 3.722, que propunha modificações na legislação. Utilizei dezenas de vezes a tribuna da Comissão Especial e da Câmara Federal para defender que o cidadão que não possui ficha criminal ou condenação judicial possa adquirir sua arma de fogo devidamente legalizada e, se entender por bem, pleitear o porte dela.

Todos os policiais em seus momentos de folga passaram a ter em nosso relatório o direito de usar sua arma particular. Afinal, como aquele pai de família que derrama o próprio sangue em defesa da sociedade retorna para casa desarmado, desprotegido?

Alguns vão defender a tese de que, se existe polícia, ela é que tem a função constitucional de proteger a população. Portanto, não há a necessidade de possuir arma em casa, no trabalho ou mesmo portá-la consigo. Ora, da mesma forma, podemos então raciocinar que, se há Corpos de Bombeiros por todo o país, não é preciso existir extintor de incêndio? 

Se para os desarmamentistas só a polícia pode andar armada, o que fazer quando um marginal invadir a sua casa? 

Pois bem, o Projeto 3.722 foi aprovado na Câmara Federal com larga margem de votos, seguiu para o Senado e agora está sendo motivo de discussões que envolvem até o Judiciário, para decidir demandas entre armamentistas e desarmamentistas.

Não será o cidadão pagador de impostos, trabalhador, pai de família aquele que vai aumentar as estatísticas da violência no país. Este, ao comprar uma arma, vai ao local certo e percorre todos os caminhos legais.

O bandido, este sim, mata sem dó nem piedade com armas com numeração raspada, ilegais e oriundas de quadrilhas bem organizadas.

Eu prefiro ter UMA chance em UM MILHÃO de vezes para defender a minha vida do que não ter NENHUMA. 

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