O senador Antonio Anastasia, candidato do PSDB ao governo de Minas Gerais, refutou o discurso de que ele teria deixado o Estado com um déficit de R$ 7 bilhões, como sugerido pelo adversário João Batista Mares Guia (Rede) e também apontado pelo governador Fernando Pimentel (PT). A declaração do tucano foi dada após um evento, na tarde dessa sexta-feira (14), que reuniu candidatos ao Palácio da Liberdade.

O encontro foi promovido pela Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) e pela União Nacional de Entidades do Comércio e Serviços (Unecs) e aconteceu na sede da CDL, na área central de Belo Horizonte. 
“O professor Mares Guia talvez não tenha acesso aos documentos do Tribunal de Contas que mostram, inclusive – e é bom que a imprensa veja – o relatório assinado pelo governador Pimentel em fevereiro de 2015, que aponta que o déficit em 2014 foi de R$ 2 bilhões”, disse Anastasia.

O tucano afirmou que Minas Gerais, sob a gestão petista, vive dias de decadência, e o parcelamento dos salários dos servidores públicos afeta a economia do Estado. O senador disse que a administração petista deu um calote nas prefeituras mineiras, referindo-se à falta de repasses aos municípios. “O atual governo não enfrenta a realidade, e os mineiros pagam por isso”, pontuou.

Antonio Anastasia também declarou que, caso eleito, a desburocratização da máquina estatal para facilitar a abertura de empresas em Minas será uma de suas prioridades. Ele criticou a falta de inovação e de dinamismo no setor público e defendeu parcerias com o setor privado. 

“Criamos burocracia em excesso. A administração pública precisa avançar, e não é difícil, basta ter iniciativa política. Quero tornar Minas Gerais o Estado no qual as empresas nascem com mais rapidez”, disse. 

Parceria. Para Anastasia, é fundamental diminuir as desigualdades regionais e evitar que a região metropolitana de Belo Horizonte se agigante. Para isso, o tucano disse que investirá na parceria com os municípios, prestando orientação e consultoria técnica, caso seja necessário. Segundo o candidato tucano, é preciso criar um plano que envolva diferentes áreas, como educação, saúde e habitação, para assegurar o desenvolvimento das pequenas e médias cidades do Estado, mas ressaltou: “As obras por si sós não mudam a realidade. Precisamos de planejamento, e os próprios governos são culpados”.

Anastasia declarou ainda que é importante assegurar a tradição, a identidade e o valor cultural que as cidades mineiras possuem.
Incentivo. Anastasia se reúne, neste sábado (15), em seu comitê de campanha, com representantes da Liga de Futebol Amador de Minas Gerais para conversar sobre políticas públicas para o esporte. Neste domingo (16), ele grava programa eleitoral.

Candidato fala em respeito ao eleitor

Apontado como primeiro colocado por todos os levantamentos realizadas no período eleitoral, Antonio Anastasia afirmou que as pesquisas feitas até agora são importantes, mas ressaltou que a estratégia de sua campanha não muda de acordo com os resultados e que nunca se baseou nelas “nem quando estava atrás (na eleição estadual), em 2010, nem quando estou na frente, como é o caso agora”.

“A questão das pesquisas é importante, é uma sinalização, mas o mais importante é ir aos debates, conversar com as pessoas, correr o interior, fazer sabatinas e apresentar propostas. O eleitor é quem vai decidir, e temos que fazer um trabalho sério de convencimento e respeito a ele”, afirmou o candidato.

Sobre a possibilidade de vencer a corrida ao Palácio da Liberdade já no primeiro turno, Antonio Anastasia disse que o planejamento de sua campanha é feito para a disputa em dois turnos. “Quem decide é o voto no dia 7 (de outubro)”, completou o tucano.

Plano Minas Gerais é anunciado

Candidato do PSDB ao governo do Estado, o senador Antonio Anastasia disse que, com o objetivo de “reconstruir Minas Gerais” e tirar o Estado da crise profunda em que se encontra, já nos primeiros cem dias de sua gestão, caso seja eleito, vai implementar o que ele chamou de Plano Minas Gerais. Trata-se de projeto inspirado no Plano Marshall, criado nos Estados Unidos depois do fim da Segunda Guerra Mundial, em 1945, para ajudar na reconstrução econômica e social dos países destruídos pelo confronto.

Segundo Anastasia, o plano envolve o controle das despesas públicas e a redução de privilégios, de cargos de natureza política e do aparato administrativo, inclusive, de acordo com o tucano, diminuindo o número de secretarias e órgãos vinculados ao Estado. 

"A situação em Minas Gerais é gravíssima, dramática. Pretendo apresentar um modelo muito inovador. Temos de criar uma coisa nova na administração pública brasileira e queremos fazer aqui em Minas, um laboratório. Se fosse para repetir coisas do passado, eu não me candidataria”, afirmou o candidato após o evento na CDL. 

Anastasia afirmou que as diretrizes gerais do Plano Minas Gerais, que traçam todo o projeto, já foram apresentadas à Justiça Eleitoral.