Saúde 0800

SUS oferece diversos serviços em BH, mas obstáculos existem

Da saúde bucal ao fornecimento de remédios, população da capital mineira conta com sistema público abrangente

Por Guilherme Gurgel
Publicado em 22 de julho de 2022 | 03:00
 
 
 
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Tratar uma fibromialgia pelo sistema de saúde particular pode sair caro. Um único exame de rotina para quem tem a doença costuma custar em torno de R$ 1.000. No entanto, todo o acompanhamento de saúde pode ser feito de graça, pelo Sistema Único de Saúde (SUS). É o caso da artesã Claudia Souza, de 54 anos. “Eu sou atendida pelo ortopedista, pelo reumatologista e consigo fazer todos os exames”, conta ela ao Super.
 
Moradora do bairro Mantiqueira, na região de Venda Nova, em Belo Horizonte, Claudia avalia que o atendimento na rede pública está cada vez melhor. Mas faz uma ressalva em relação à falta de profissionais: “Minha sogra é atendida em casa por uma equipe com enfermeira, fonoaudióloga e médico. Eles sempre vêm aqui ver ela, mas muitas vezes falta o médico”, exemplifica.
 
O jornalista Carlos Cruz, de 60 anos, também foi atendido pela rede pública quando tratou uma hepatite autoimune na Unidade de Referência Secundária (URS) Campos Sales, na região Oeste da capital. “Para essas doenças raras, mais complicadas, o atendimento é mais rápido. Três semanas depois de eu ter iniciado o tratamento na rede privada, fui encaminhado e comecei o acompanhamento na rede pública”, relata. Bem-sucedidos, os procedimentos duraram cerca de 18 meses.
 
Ainda assim, o jornalista tem priorizado a busca pela rede privada para as consultas de rotina. “Nas vezes em que eu fui a posto de saúde, não foi um atendimento bacana. Havia muita fila e falta estrutura adequada”, reclama Cruz.
 
Plano esvazia o bolso
 
O atendimento gratuito na rede pública, se torna a melhor opção para cada vez mais gente, com a subida do custo de vida em BH, puxado pelo reajuste dos planos de saúde. Os dados são da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis de Minas Gerais (Ipead), ligada à Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
 
Dos 11 itens considerados no cálculo do custo de vida, o grupo saúde e cuidados pessoais teve a maior alta, de 7,66%.
 
Em maio, a Agência Nacional de Saúde Suplementar autorizou reajuste de 15,5% nas faturas de planos de saúde individuais – o maior índice desde 2000.
 
Especialista tira dúvidas
 
Taciana Malheiros, Secretária municipal adjunta de Saúde de Belo Horizonte, falou à reportagem sobre o funcionamento da rede pública na capital mineira.
 
Qual é o primeiro passo para quem deseja atendimento no sistema público de saúde? Procurar um centro de saúde. Ali, o usuário é acolhido e atendido e pode ter acesso ao cuidado de forma gratuita. Dentro dos postos de saúde, temos todo o atendimento médico e de enfermagem relacionado a saúde mental e bucal, farmácia, sala de vacina, serviço de curativo e também o atendimento para casos agudos.
Qual é a avaliação que a senhora faz do sistema público de saúde? Uma conquista. É uma possibilidade e uma potência muito grande, de inclusão social, de redução de desigualdade e de integralidade do cuidado.
Quais são os obstáculos para a melhoria dos serviços de saúde em BH? Precisa ter mais investimento em todas as esferas e destaco o grande desafio na contratação de médicos. Estamos com um concurso em andamento e chamando os médicos. Mas temos também banco de currículos. Caso o profissional tenha interesse em fazer parte do SUS, será contatado para enfrentar esse desafio das equipes incompletas. 

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