Série A

Destaque do América, Ademir relembra início de carreira e explica amadurecimento

Atacante teve altos e baixos neste início de temporada, mas conseguiu se firmar e segue como destaque do time

Por Duda Gonçalves
Publicado em 16 de novembro de 2021 | 05:00
 
 
 
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O início da trajetória como jogador de futebol não foi fácil. Sem formação em categorias de base, sem remuneração, e uma oportunidade que foi agarrada como se fosse a última. Assim, o atacante Ademir conta terem sido os primeiros passos na profissão, aos 18 anos de idade. Em entrevista exclusiva ao programa Super.FC, da rádio Super 91,7FM, o atacante falou sobre o passado, o presente e o futuro.

“Comecei em escolinhas da prefeitura, campeonatos regionais do Alto Paranaíba e Triângulo Mineiro e com 18 anos fui jogar no Uberlândia, no Sub-20”, conta. Foram apenas dois anos até ser descoberto pelo Patrocinense, time da cidade onde morava. Apesar de ser natural de São Paulo, o camisa 10 foi para Patrocínio com a família aos 2 anos.

Diferente da realidade do futebol brasileiro, onde nas categorias de base atletas já recebem remuneração, Ademir não teve a mesma ‘sorte’. “Assinei o primeiro contrato profissional, não ganhava nada. Meu primeiro salário mesmo foi com 20 anos, e fiquei desde quando comecei até essa idade sem uma renda no futebol”, diz.

Mas o camisa dez fez das dificuldades motivação para seguir o sonho de ser jogador de futebol. “A partir deste momento, comecei a evoluir. Fizemos boa campanha no Módulo II, fomos campeões e subimos”. Foi então que o 'Fumacinha' foi visto pelo América, em 2018. “O América fez a proposta, e aceitei sem pensar duas vezes”.

Desde então, fez parte de grandes conquistas do clube. Foi um dos personagens de destaque na campanha inédita do América na Copa do Brasil de 2020, conquistou o acesso com o Coelho, e agora está prestes a consolidar a permanência do clube na Série A, um feito inédito – Ademir é o artilheiro do time com 11 gols na temporada.

Nem sempre foi fácil, somente nas duas últimas temporadas o jogador se destacou. Isso porque precisou cavar seu espaço e receber a tão sonhada oportunidade, que não teve com Enderson Moreira, Givanildo Oliveira, Maurício Barbieri e Felipe Conceição. Mas quando ela veio, não decepcionou.

“Valorizo aquele que me deu oportunidade, que foi o Lisca, no ano passado. Desde a chegada dele tudo mudou. Em especial ele, por ter acreditado no meu trabalho, ter me dado uma sequência, e graças a Deus, pude aproveitar”, ressalta o atacante americano.

Processo de amadurecimento

Ademir sabe que não é mais um jovem atleta, no alto de seus 26 anos. E tem plena consciência que foi preciso amadurecer para chegar ao ponto da carreira em que se encontra. A mudança ocorreu dentro de campo, e a explicação para o ‘novo’ Ademir está fora dele: a família. Mais especificamente, os filhos Gael e Lorenzo.

“A partir do momento que meu primeiro e segundo filhos nasceram, tudo mudou. Quando nos tornamos pais, nossa cabeça muda muito. Tem que se dedicar mais, correr por eles. Esse incentivo em casa foi determinante, juntamente com todas as experiências que passei antes de não ter oportunidade, e depois surgir a oportunidade e eu abraçar, valorizar o momento. É um mix, a família, os filhos e as dificuldades para valorizar tudo que está acontecendo e amadurecer”, destacou.

A cada gol que faz no América, o papai Ademir dedica aos filhos e à esposa, Érika. Além de compartilhar claro, a emoção com o grupo de jogadores do América. O camisa dez sabe que está escrevendo seu nome na história do América, o que, em suas palavras, é motivo de muita alegria.

“É um aprendizado grande, desde minha chegada no clube vindo de um time pequeno, sem tanta estrutura, sem ter tido uma base para desenvolver melhor minhas qualidades. Tive que passar por adaptações, foram períodos difíceis sem ter tanta oportunidade, mas continuei acreditando que poderia evoluir, e o resultado está sendo mostrado em campo agora. A sensação é muito boa”, conclui.

Pelo América, em quatro temporadas, o 'Fumacinha' atuou em 115 jogos, tem 28 gols marcados. Além disso, no Sub-23 do Coelho, fez seis jogos e balançou as redes duas vezes.

Futuro no Galo

Ademir já tem pré-contrato assinado para defender o Atlético na próxima temporada, porém, o jogador prefere não tocar no assunto. O foco está totalmente no América e no principal objetivo do clube na temporada: a manutenção na Série A. Apesar disso, o jogador já é assediado por torcedores atleticanos, que esperam vê-lo jogando em alto nível em 2022 com a camisa alvinegra.

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