Atlético e América fizeram na manhã desta quarta (15) um jogo-treino na Cidade do Galo que serviu para que os treinadores Jorge Sampaoli e Lisca, respectivamente, pudessem fazer observações de seus elencos depois de uma longa inatividade por causa da pandemia do novo coronavírus. Os comentaristas da Sempre Editora também fizeram suas avaliações e análises. Confira;

Fernando Martins Y Miguel
O Atlético começou o jogo-treino sentindo dificuldades de penetrações por ambos os lados. Um ponto favorável foi a posse de bola, característica do trabalho de Sampaoli. Com a zaga jogando em linha alta, o Galo se soltou na segunda etapa com os titulares, quando rodou com rapidez a bola e encontrou os espaços para os ‘pontas’ Marquinhos e Savarino. A presença de Marrony como um ‘9’ foi importante para dar confiança ao jogador recém-chegado e trazer uma alternativa para o esquema de Sampaoli em determinada situação dos jogos.
O América se mostrou um time mais bem treinado do que o Atlético. O que é normal, já que o trabalho de Lisca começou há mais tempo. A liderança do Coelho no Mineiro não é à toa. O time apresentou virtudes ao vencer o Galo na primeira metade do jogo-treino entre os titulares. Com rápidas descidas, envolveu o sistema defensivo. O primeiro gol, de Rodolfo, teve participação de dez jogadores na jogada, iniciada pelo goleiro.  Boa coordenação da transição e fechamento de espaços na defesa deram boa impressão do trabalho que vem sendo realizado por Lisca.


Frederico Jota

O Atlético mostrou características de uma equipe comandada por Jorge Sampaoli, como a saída desde a defesa com a bola nos pés e uma formação ofensiva, que, inclusive dá espaços para que jogadores da retaguarda aparecem para concluir, como foi o caso de Allan. As jogadas pelos lados também tiveram um bom resultado, especialmente com Savarino, que buscou muito o jogo. Marrony, como homem de área, funcionou muito bem também. Na minha avaliação, faltou um meia que pensasse mais o jogo e distribuísse as jogadas. E, na defesa, nos lances dos gols do América, os atacantes do Coelho entraram com muita facilidade na área, especialmente pelos lados. São ajustes que Sampaoli deverá resolver em breve, já que terá outros reforços à disposição em breve. Entre os reservas, destaque para Bueno, que mostrou firmeza nas jogadas em que participou.
Já o América mostrou ter uma equipe mais entrosada e com muita qualidade na transição entre os setores. O time de Lisca também privilegiou o jogo pelo chão, evitando os chutões. Com jogadores que atuam junto há mais tempo, o jogo do Coelho fluiu de maneira mais direta. O trabalho de Juninho merece destaque pela firmeza na marcação e capacidade de cobrir bons espaços do campo, assim como Zé Ricardo, sempre presente e participando de várias jogadas. No ataque, o bom entendimento entre Rodolfo e Felipe Augusto, além do posicionamento correto, chamou a atenção. Vale lembrar que Matheusinho não participou da primeira metade do treinamento e sua entrada pode qualificar ainda mais essa transição. Defensivamente, em algumas jogadas pelo alto, como no segundo gol de Marrony, o América permitiu que o Atlético trabalhasse a bola na área, o que pode precisar de ajustes de posicionamento para o restante da temporada.