A torcida do Atlético continua sem saber data e horário para comprar os ingressos para o jogo de quarta-feira (18), no Mineirão, contra o River Plate, da Argentina, no duelo de volta das quartas de final da Copa Libertadores. O clube informou no início da noite deste sábado (14), por meio de sua assessoria de imprensa, que pretende retomar as vendas nas próximas horas, mantendo a posição divulgada anteriormente de que o processo seria reiniciado neste fim de semana.

Apesar dos esforços, o clube corre contra o relógio para atender o prazo de 72 horas de antecedência da partida estabelecido no Estatuto do Torcedor, sob pena de sofrer punições. Devido aos problemas de instabilidade com o servidor da empresa responsável pela comercialização online, iniciada no inicio da semana e duas vezes suspensa, o clube precisou contratar uma nova empresa, mas ainda não conseguiu garantir a disponibilidade dos bilhetes.

De acordo com o advogado Gustavo Lopes Pires de Souza, especialista em direito desportivo, casos os problemas persistam, e o Galo não cumpra o prazo, os ingressos poderão até ser vendidos fora do prazo, porém o clube estará sujeito a sanções previstas no Estatuto do Torcedor (Lei nº 10.671).

“Na verdade, ser impedido (de vender fora do prazo) não. Qual que é o pensamento que o Atlético vai ter? Cumpre a lei e coloca para vender até às 21h30 de amanhã (domingo). OK, cumpriu. Não cumpre a lei, vende após 21h30, aí vai vender, o consumidor vai comprar, o consumidor vai ao jogo. E aí o Atlético, ao descumprir a lei, ele vai estar inserido nas penalidades previstas no artigo 37. Então caso o Atlético descumpra o que estabelece a lei, ele vai estar exposto a essas penalidades, como destituição do dirigente, perda de benefício de dinheiro público e ou suspensão do dirigente pelo prazo de seis meses”, declarou.

A advogada Gislaine Nunes, também especialista na área desportiva, não analisou o caso concreto, mas lamentou que o torcedor possa ser prejudicado. “O Atlético tem que necessariamente obedecer a lei. Inclusive, o Estatuto do Torcedor prevê punições em caso de desobediência de suas regras. Ora, infelizmente sabemos que ninguém irá bater às portas do Judiciário por conta da venda de ingressos que poderá ou não ocorrer fora do prazo”, afirmou a especialista, que defendeu que os interessados busquem sempre seus direitos. “É lamentável que nenhum torcedor faça uso de seu estatuto”, concluiu.

Atlético e River Plate será o primeiro jogo com público no Mineirão desde a pandemia de coronavírus. Serão cerca de 16 mil ingressos vendidos, ou seja, 30% da capacidade do estádio. Isso será possível já que houve a aprovação da Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol) e a liberaçao da Prefeitura de Belo Horizonte de 30% da capacidade dos estádios, desde que seguidos os protocolos de segurança estabelecidos pelo município.