Lá se vão exatos 25 anos, mas até hoje aquela cena do meia-atacante italiano Roberto Baggio de cabeça baixa na marca do pênalti, após isolar a última cobrança da Azzurra na final da Copa do Mundo dos EUA, está muito bem guardada na nossa memória. Também impossível esquecer a voz daquele popular locutor brasileiro, amado por uns e odiado por outros, martelando na nossa cabeça “É tetra, é tetra!”, das cabines do Estádio Rose Bowl, em Los Angeles. Realmente parece que foi ontem.
De fato, a festa feita pelos torcedores brasileiros naquela tarde de 17 de julho foi grande e tinha motivos de sobra para isso. Afinal, desde 1970, quando Pelé, Rivelino, Tostão, Piazza e tantas outras lendas do futebol nacional levantaram a taça, nunca mais o Brasil havia sido campeão mundial no esporte mais amado e praticado no país.
Nesta semana, por causa do aniversário de 25 anos, completados na última quarta-feira, a Copa do Mundo dos EUA e o título brasileiro ganharam espaço especial nos principais noticiários, mesmo em uma semana de jogos decisivos de Copa do Brasil. Para quem ficou com gostinho de quero mais, uma boa opção para o fim de semana é o documentário “Todos os corações do Mundo”, encontrado com facilidade na internet. Tanto tempo após, obviamente que a qualidade das imagens deixa um pouco a desejar, principalmente para os mais aficionados em equipamentos de alta definição, e o conteúdo histórico compensa.
Dirigido pelo cineasta brasileiro Murilo Salles e com 1h41 de duração, a obra traz resumo das partidas, além de depoimentos de jogadores, torcedores e especialistas sobre os principais jogos daquela Copa do Mundo. Com imagens inéditas, algumas que se tornaram bastante conhecidas do público na época, como uma encarada que Baggio dá em Romário antes do início da partida, “Todos os Corações do Mundo” se tornou praticamente uma obra-prima.
O filme vai além do futebol. Mostra a cultura de cada país envolvido na Copa, trazendo alguns contrastastes como no Brasil e Itália da final, quando são apresentadas ao público imagens da tensão dos europeus no Coliseo, um dos cartões postais de Roma, e a simplicidade do povo do Amazonas, na região Norte do Brasil. Também vale ressaltar as opiniões dos norte-americanos antes do início da Copa, que mostravam total desinteresse e desconhecimento pelo esporte, mas que terminaram a competição lotando estádios e esbanjando empolgação pelas ruas do país.
Enquanto sonhamos com o hexa, por que não dar mais uma relembrada no tetra?