O DIABO LOIRO

"Bicho pegava": Paulo Nunes relembra duelos com o Cruzeiro e aponta sucessor

Ex-jogador orgulha-se das grandes vitórias que obteve sobre o time celeste, principalmente em 1998, quando derrubou a Raposa na final da Copa do Brasil e também na Copa Mercosul

Por Josias Pereira
Publicado em 12 de setembro de 2018 | 09:00
 
 
 
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Um dos jogadores mais folclóricos do futebol brasileiro nos anos 1990, o atacante Paulo Nunes, conhecido como o "Diabo Loiro", foi uma das faces da rivalidade entre Palmeiras e Cruzeiro em um período dourado. Em entrevista ao Super FC, ele orgulha-se das grandes vitórias que obteve sobre o time celeste, principalmente em 1998, quando derrubou a Raposa na final da Copa do Brasil e também na Copa Mercosul. O jogador é o maior artilheiro do confronto do lado palmeirense, com nove gols marcados. 

"Esses duelos eram maravilhosos. Era ótimo enfrentar o Cruzeiro, um time de grande qualidade, muito bem treinado. Era a equipe que enfrentava o Palmeiras de igual para igual, tanto que disputamos duas finais só no ano de 1998, a disputa da Copa do Brasil e da Mercosul. Eram jogos de ida e volta, o bicho pegava, qualidade imensa das duas equipes, elencos de produção absurda. Eram jogos decisivos e que sabíamos que ia bater, chegava uma hora que ia bater com o Cruzeiro. Eram jogos que já esperávamos", recorda Paulo Nunes. 

Na final da Copa do Brasil de 1998. Paulo Nunes fez o primeiro gol na vitória por 2 a 0, no jogo da volta no Morumbi. O resultado deu o título para o Palmeiras, que havia perdido na ida, no Mineirão, por 1 a 0, gol de Fábio Júnior. 

"Esses duelos eram fortes, não tem como você deixar de lado os títulos, os jogos decisivos que fizemos no passado. Eu ando pelas ruas, pelos estados do país, pelos aeroportos e todos os palmeirenses lembram desses jogos. O mesmo acontece com os cruzeirenses, que me param e dizem que eu os maltratei em vários jogos importantes e que eu tive a vantagem de vencê-los sempre. Isso era muito bom porque a equipe do Cruzeiro era de muita qualidade, muito qualificada. Com certeza, termos estes jogos novamente agita com as duas torcidas", aponta o ex-atleta, que aponta aquela final de Copa do Brasil como o maior jogo que fez contra o Cruzeiro.  

"Eu conquistei dois títulos em cima do Cruzeiro em 1998 e fizemos grandes partidas de semifinais, quartas de final. É difícil escolher um, mas não tem como não escolher o da final de 1998, quando eu pude abrir o marcador em um jogo que o Cruzeiro tinha vantagem e o Palmeiras tinha que ir para cima. Na minha opinião, o primeiro gol de 1998, da final daquela Copa do Brasil, no Morumbi, foi o grande jogo que disputei contra o Cruzeiro. Naquela época muitos questionavam a capacidade do Palmeiras de reverter resultados, mas fomos à campo com a missão de reverter esse histórico. Tínhamos um elenco qualificado, o Cruzeiro também, e você fazer dois gols em uma equipe contra a Raposa era muito difícil e conseguimos. Para mim, foi o grande jogo do clássico", completou Paulo Nunes. 

O sucessor do "Diabo Loiro" 

Nos últimos dias, a imprensa paulista tem apontado o atacante Deyverson como o novo "diabo loiro", apelido que pertencia a Paulo Nunes durante sua fase de Palmeiras. O ex-jogador celebra a volta do termo, mas considera que Dudu tem mais a cara de ser seu sucessor. 

"O ataque do Palmeiras é muito forte. Eu, particularmente, gosto muito do Dudu, um jogador com as minhas características, de ir para dentro, de não ter medo do adversário, de usar muito o drible, a jogada individual. O Deyverson não tem nada das minhas características, é mais um Oséas, mais um jogador de área, de cabeceio forte", analisa Paulo Nunes. 

Muitos desses comentários surgiram em função do perfil polêmico de Deyverson, que se assemelha ao estilo de Paulo Nunes. No clássico contra o Corinthians, no fim de semana, ele foi um dos personagens do jogo ao dar uma "piscadinha" em direção ao banco alvinegro. Para Paulo Nunes, a brincadeira foi saudável, mas aponta, curiosamente, que o jogador precisa dar uma "desacelerada" no ímpeto. 

"Essas comparações que estão rolando é por conta dessa brincadeira que ele fez com o Corinthians na saída de campo (a piscadinha) que deixou os corintianos loucos. Acho que foi uma brincadeira saudável. Acredito que ele tem que dar sim uma diminuída nessas jogadas de falta, essa vibração doentia dele nas partidas, isso pode atrapalhá-lo, pode atrapalhar o Palmeiras, mas não o vejo próximo a mim. É um cara mais de área, que o Felipão está recuperando, jogador que está acreditando mais nele e que está dando resultado ao Palmeiras. Eu gosto desse apelido, torço para que volte porque a torcida adorava. Pelo menos a torcida está podendo usá-lo agora", encerrou o ex-atacante. 

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