Explicações

Cruzeiro admite pagamento pela metade a funcionários, mas promete regularização

No início da próxima semana, clube explicou em nota que vai efetuar o pagamento dos 50% restantes a funcionários que recebem abaixo de R$ 3 mil

Por Josias Pereira
Publicado em 16 de abril de 2021 | 15:17
 
 
 
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A sexta-feira (18) do Cruzeiro foi movimentada nos bastidores. A questão salarial voltou à cena no clube, com alguns funcionários denunciando à imprensa atrasos nos vencimentos, especialmente de trabalhadores com salários por volta de R$ 1 mil. Eles teriam recebido apenas 50%. O Super.FC entrou em contato com o Cruzeiro ainda pela manhã para saber mais detalhes da situação. 

Uma das informações aventadas foi de greve, inclusive noticiada pela Rede Record. O clube negou de forma veemente a possibilidade. Por meio de nota oficial, o Cruzeiro reconheceu, no entanto, que executou apenas o pagamento de metade dos vencimentos referente ao mês de março de 2021. 

No comunicado, a Raposa ainda garante que no início da próxima semana fará o pagamento dos 50% restantes primeiramente a funcionários que recebem abaixo de R$ 3 mil. 

"Ontem, dia 15 de abril de 2021, o Clube iniciou uma operação e viabilizou, em um primeiro momento, o pagamento de 50% da folha do mês de março/2021 do setor administrativo. O segundo passo da operação, já planejado previamente, será o pagamento da metade restante, primeiramente, para colaboradores que recebem abaixo de R$ 3 mil (quase 70% dos funcionários da folha), a ser realizado no início da próxima semana", declarou o Cruzeiro. 

A equipe celeste ainda justificou no comunicado que vem sofrendo com a pandemia da Covid-19, que vem prejudicando as finanças do clube, assim como as ações judiciais impetradas contra o clube. O time ressalta em nota que vem auxiliando todos os colaboradores neste momento de dificuldade e tem trabalhado para evitar demissões em massa. 

A informação é de que os vencimentos dos jogadores neste ano estão em dia. O clube recentemente faturou R$ 1,7 milhão com a classificação à terceira fase da Copa do Brasil e soma, no total, R$ 4,2 milhões no torneio nacional. Nessa última quinta-feira (15), o clube ainda anunciou o acerto com o colombiano Yeison Gusmán, que vem ao Cruzeiro por cerca de US$ 1,2 milhão. O aporte, no entanto, conta com a ajuda de um investidor. Uma das situações que teria motivado o protesto de funcionários em relação aos atrasos seria o pagamento de bicho aos atletas. A tais contestações, o comunicado oficial do Cruzeiro. 

Veja abaixo a nota oficial do Cruzeiro: 

"O Cruzeiro Esporte Clube vem a público esclarecer e reconhecer que continua com pendências salariais em aberto com seus colaboradores, mas que a diretoria não tem medido esforços para solucionar a situação o quanto antes.

Ontem, dia 15 de abril de 2021, o Clube iniciou uma operação e viabilizou, em um primeiro momento, o pagamento de 50% da folha do mês de março/2021 do setor administrativo. O segundo passo da operação, já planejado previamente, será o pagamento da metade restante, primeiramente, para colaboradores que recebem abaixo de R$ 3 mil (quase 70% dos funcionários da folha), a ser realizado no início da próxima semana.

O Clube ressalta que, assim como a maioria expressiva de instituições de diversas áreas do mercado no mundo, tem passado por dificuldades acentuadas pelo grave impacto causado pela Covid-19. Além disso, o Cruzeiro continua sofrendo, semanalmente, com ações judiciais oriundas de situações antigas, o que gera bloqueios bancários constantes, prejudicando o fluxo de caixa e os pagamentos, conforme ocorre atualmente, o que inviabilizou a quitação em dia da última folha.

Mesmo reconhecendo todas as pendências e suas obrigações, o Cruzeiro ressalta que em momento algum abandonou qualquer um de seus colaboradores, tem trabalhado para evitar demissões em massa, como vem ocorrendo na maioria dos clubes de futebol do país e em empresas de outros ramos, e tem dado todo o tipo de suporte em situações extremas, contando inclusive com o apoio financeiro e pessoal de membros da diretoria a funcionários com dificuldades pontuais.

Antes mesmo da crise econômica e sanitária provocada pela pandemia, o Cruzeiro já vivia sua pior crise financeira e institucional em quase 100 anos, um enredo conhecido por todos. Resolver o problema do atraso de salários sempre foi e continua sendo tratado como prioridade pela cúpula do Clube, que espera regularizar toda a situação o quanto antes, pois acredita e reconhece o empenho, dedicação e profissionalismo de seus colaboradores neste momento complicado pelo qual atravessa a instituição e o mundo como um todo". 

 

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