Jogador, preparador e técnico

Cruzeiro: 'nascido' no vôlei, Brunoro quer repetir sucesso das quadras na Raposa

Novo consultor de planejamento e estratégia do futebol teve sua trajetória lembrada por antigo companheiro do vôlei brasileiro

Por Daniel Ottoni
Publicado em 02 de outubro de 2020 | 12:00
 
 
 
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O Cruzeiro busca ajustar peças também fora de campo para reencontrar o melhor caminho na Série B. O novo consultor de planejamento e estratégia do futebol, José Carlos Brunoro, vai tentar trazer para o clube sua expertise no meio esportivo que começou na década de 1970, no mundo do vôlei.

Brunoro também carrega experiência em outras modalidades como o basquete além, é claro, do futebol.

Brunoro foi atleta de vôlei antes de se tornar preparador físico e treinador. Tanto dentro como fora das quadras teve importantes resultados internacionais que ajudaram a desenvolver o seu trabalho. Um dos seus maiores parceiros na beira de quadra foi Bebeto de Freitas.

Juntos, fizeram o Brasil chegar longe em torneios do mais alto nível como bronze na Copa do Mundo do Japão de 1982 e vice do Mundial no mesmo ano. Dois anos depois, foram vice-campeões olímpicos com a 'geração de prata', que contava com nomes como Willian, Renan, Xandó, Bernard, Montanaro, Amauri e Fernandão, dentre outros. Brunoro, além da seleção, comandou a Pirelli, um dos maiores times de vôlei do Brasil em todos os tempos. 

" Eles fizeram parte da comissão técnica que revolucionou o voleibol brasileiro. Quando eu subi para o profissional do Minas, aos 15 anos, nosso técnico Carlos Feitosa sempre dizia que, se quiséssemos melhorar, teríamos que jogar contra os melhores. Brunoro era técnico da equipe da Pirelli, que junto com a Atlântica Boavista, monopolizava os jogadores que formavam a seleção brasileira à época. Aprendi muito jogando contra o time dele, que tinha referências como Willian, Montanaro e Moreno", comenta Elberto Furtado, ex-jogador e hoje secretário de Esportes e Cultura de Belo Horizonte.

Elberto teria a chance de conhecer Brunoro de perto, sendo seu jogador na seleção brasileira. "Ele era um estrategista. Nos treinos, tirava o máximo de seus jogadores, era um profissional completo. Fui atleta dele pela primeira vez em 1985. Treinamos durante um ano para o Mundial juvenil. Em 1986, fui convocado por ele para o Mundial adulto, mas fui cortado. Antes de ir embora, fui ao quarto dele e perguntei o que eu deveria melhorar. Ele respondeu: o bloqueio. Voltei no ano seguinte e fui titular da seleção no pré-olímpico de Brasília e no Pan-Americano de Indianápolis. Ele tinha razão", lembra Elberto.

Perfil para comandar reconstrução

O secretário municipal deseja sorte ao antigo colega, sabendo da missão complicada que ele tem pela frente. Elberto indica o perfil de Brunoro, que pode contribuir para o sucesso do seu trabalho e do Cruzeiro na retomada dentro da Série B.

"Ele sempre foi um cara honesto e correto. Infelizmente, isso hoje é qualidade. Era um líder nato, tinha o grupo na mão. Foi o primeiro do voleibol a trocar as quadras pelos campos. As conquistas dele à frente do Palmeiras abriram as portas para os que vieram depois, como Bebeto e Zé Roberto. Sempre foi um estrategista, tinha toda a programação de treinos e jogos no começo da preparação, sabia para onde o time estava indo e o que deveria ser feito para chegar ao pódio. Acho que essas qualidades serão importantes para esse novo desafio que ele está por assumir", indica. 

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