Alguns episódios recentes, como as declarações polêmicas de Fred, algumas decisões de Mano Menezes e a crise dentro e fora de campo vivida pelo Cruzeiro alimentaram as especulações de que o treinador tinha problemas de relacionamento e desgaste com o elenco e a diretoria celeste. No entanto, na sua entrevista coletiva de despedida da Raposa, o técnico garantiu que sua saída do clube não aconteceu por essas razões, e sim por conta do péssimo momento vivido pela equipe estrelada, que foi eliminada da Copa Libertadores, perdeu o clássico para o rival Atlético no fim de semana, briga contra o rebaixamento no Campeonato Brasileiro, só venceu um dos últimos 18 jogos e não marca gols há oito partidas.
"O futebol tem inúmeros fatos como esse que não tem todas as explicações que gostaríamos de dar. Não tivemos nenhuma briga que afetou o nosso rendimento. Eu sei que as pessoas sempre gostam de individualizar, mas não tenho problema com nenhum jogador do Cruzeiro. Não temos nenhum tipo de problema. Mas o mesmo futebol que dá, tira, e agora ele resolveu tirar", disse o treinador, que pediu demissão após a derrota por 1 a 0 para o Internacional, pelo duelo de ida das semifinais da Copa do Brasil, nesta quarta-feira (7), no Mineirão, e teve o pedido aceito pela diretoria.
"As causas podem e são muito mais complexas do que dentro de campo, mas eu sou responsável pela parte de dentro de campo, e é essa parte que eu respondo e conversamos apenas sobre essa parte para tomar essa decisão. Eu sou responsável por isso, não pode continuar assim e o Cruzeiro precisa reagir. Hoje, precisa vir um novo profissional com novas ideias e cabeça para fazer essa reação acontecer. Essa reação não pode esperar mais", completou.
Mano ainda garantiu que existia clima para a sua continuidade no cargo. "Havia clima para continuar. Não temos nenhum problema de relacionamento. Nenhum. O trabalho foi interrompido porque era o certo a se fazer", afirmou.
O treinador comandou o Cruzeiro durante três anos e 12 dias. Foram 234 jogos, 112 vitórias, 69 empates e 53 derrotas, com 333 gols marcados e 203 sofridos. Com Mano, a Raposa foi bicampeã da Copa do Brasil e do Campeonato Mineiro.
Sem o agora ex-treinador celeste, o Cruzeiro terá um técnico interino no duelo com o Avaí, fora de casa, pela 14ª rodada do Campeonato Brasileiro, neste domingo (11), às 16h (de Brasília). No 18º lugar, a Raposa luta contra o rebaixamento e terá um embate direto com o lanterna da competição.