Sob pressão

Pastana reconhece rejeição da torcida do Cruzeiro e fala sobre polêmicas

De acordo com novo dirigente estrelado, desconfiança dos cruzeirenses aumentam responsabilidade

Por Josias Pereira
Publicado em 06 de junho de 2021 | 22:37
 
 
 
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Pouco antes de a bola rolar para Cruzeiro e CRB pela segunda rodada da Série B, em jogo neste domingo (6), no Mineirão, o time celeste fez a apresentação de Rodrigo Pastana, seu novo diretor de futebol. O dirigente chega ao clube com grande rejeição da torcida do Cruzeiro, que chegou, inclusive, a subir a tag #PastanaNão além de promover um protesto presencial na porta da Toca da Raposa II no último sábado (5). Os cruzeirenses questionaram os trabalhos recentes de Pastana, bem como polêmicas.

Questionado em entrevista coletiva virtual sobre a rejeição, Pastana comentou que tomou conhecimento, sim, dos protestos e manifestações, mas declarou que espera reverter essa desconfiança com o acesso à elite nacional. 

“Eu tomei conhecimento, sim, e vejo com total respeito. É mais uma responsabilidade que eu tenho com a Nação Azul, em me empenhar cada vez mais e mudar esse índice de rejeição. Eu torço para que abraçados, no final da Série B, a gente mude essa rejeição considerável que estou tendo. Estou a par sim da rejeição e dos protestos que houveram", declarou Pastana. 

"É o maior desafio da minha vida. Espero dar toda a contribuição para que a gente possa, juntamente com toda a comissão técnica e diretoria, contribuir para que o acesso venha nesse ano do centenário, que é um ano tão importante para o clube", acrescentou o novo executivo celeste. 

A coletiva de Pastana, o substituto de Mazzuco, teve outros temas relacionados ao planejamento, mas parte das perguntas foi realmente direcionada às polêmicas que fizeram a torcida criar essa rejeição ao nome do dirigente. Pastana respondeu, por exemplo, sobre um caso de improbidade administrativa à época de Barueri, em 2009. Na ocasião, ele teve seu nome vinculado a uma denúncia do Ministério Público de São Paulo por suposto uso irregular de verba pública.

"Sobre a improbidade administrativa, ela vem de um convênio que o Barueri tinha com a prefeitura de Barueri. Eu nunca fui funcionário público, eu era apenas sócio minoritário do clube, e nós fomos absolvidos de tal processo em 2018. Então, esse processo nós já fomos absolvidos. O Ministério Público entendeu que realmente estava errada a forma processual como fora feita a acusação", declarou o executivo. 

Ele também comentou sobre a polêmica que deu mais repercussão recentemente com o técnico Argel Fucks. O comandante o acusou de supostamente 'tomar' o dinheiro de atletas  e ainda o chamou de 'vagabundo', 'pilantra' e 'ladrão'. Argel foi demitido do CSA antes da chegada do dirigente, comprovando a rusga antiga entre os dois, ainda na época de Coritiba e Figueirense. Pastana entrou na Justiça contra Argel pelas declarações. 

"Quanto às acusações do Argel, todo mundo que me conhece sabe que são totalmente infundadas. Ele vai responder por tudo que falou. Uma coisa que nos deixa indignado no Brasil é que quem acusa não precisa provar, quem se defende que precisa provar. Esse caso está entregue à Justiça, e eu prefiro não comentar sobre ele", disse Pastana. 

O único caso reconhecido pelo novo diretor celeste foi o relacionado ao meia Jadson, ex-Corinthians e hoje no Athletico-PR. À época, Pastava no Coritiba e disse que Jadson só atuava em jogos, não performando em treinos. O caso pegou muito mal e deixou os representantres de Jadson e o próprio atleta furiosos. 

"Quanto ao Jadson, foi uma expressão equivocada da minha parte, na época. São bastidores, a gente confere informações sobre todos os jogadores pleiteados pela comissão técnica, indicados por algum agente ou até mesmo pela análise de desempenho, que é um departamento que eu uso muito. Na época, as informações não foram boas, e eu me equivoquei em externar isso numa coletiva, infelizmente, porque havia uma tentativa de pressão sobre qualquer tipo de contratação no Coritiba. Mas eu me desculpo com o próprio Jadson sobre isso. Foi uma expressão equivocada", reconheceu Pastana. 

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