Foram apenas 45 minutos em um treino tático e pouquíssimo tempo para arrumar a casa. O primeiro jogo de Luiz Felipe Scolari no comando do Cruzeiro pode não ter trazido tantos ingredientes táticos à equipe, mas foi fundamental na retomada da confiança abalada da equipe, algo que era visível em alguns jogos da Série B. Contra o Operário, a transpiração deu lugar à qualidade, e o mais importante: a bola entrou e o time conseguiu segurar o placar.
O próprio Felipão após a vitória no sul do país observou que o resultado era o início da construção de uma nova identidade. Aquele fator psicológico que sua própria presença também influencia. A motivação de um fato novo para tentar tirar a Raposa do marasmo e acomodação que se encontrava em uma Série B que tornou-se um verdadeiro pesadelo. .
"Aqui a gente começa a formar uma nova identidade, uma identidade de luta, de respeito aos adversários, mas de entrega, de doação, de vontade. E é assim que vamos ganhar alguns jogos. Outros jogos são com mais qualidade, é criando algo a mais, mas alguns tem que ser assim (na vontade). Alguns jogos nós perdemos assim, não é verdade? Nós não vamos mais perder para daqui a sete, oito jogos, podermos sonhar com alguma coisa. Agora não sonha nada", apontou o realista treinador ao grupo após a partida.
Felipão sabe a importância de se dar um passo de cada vez, sem incutir agora nenhuma pressão de acesso. Afinal de contas, a Raposa ainda continua na zona da degola, com 16 pontos.
"Eles (jogadores) estão desconfiados de si próprios, não estão acreditando totalmente nas qualidades que têm, e nós sabemos que algumas coisas são diferentes numa Série B. Todos nós passamos por dificuldades na vida e sempre tivemos uma possibilidade de retornar melhor, de fazer as coisas progredirem", acrescentou Scolari.
Tática. Na movimentação dentro de campo, foi possível ver que a defesa seguirá com a mesma estrutura. Mas, do meio para frente, o técnico propôs mudanças. Apostou no jovem Adriano formando a dupla de volantes com Jadsom, e ainda montou uma formação com Marquinhos Gabriel e Régis como meias de criação, ora caindo pelas pontas, e tendo a ajuda de Arthur Caíke, buscando a passagem pelo centro de campo e pisando na área.
Moreno, nitidamente, saiu menos da área. A aposta em um 9 fixo que Felipão sempre apreciou. Todavia, o mais importante são os pilares. O técnico e sua comissão querem organização, profundidade, proximidade e concentração do elenco. É o estilo Felipão, ainda pouco trabalhado, mas que na estreia prevaleceu no empenho.
Cruzeiro contra o Operário
56% da posse de bola
11 finalizações
3 no gol
4 para fora
4 chutes travados
7 finalizações dentro da área
4 fora da área
348 passes certos em 429 (81% de acerto)
9 desarmes
10 interceptações
29 cortes
(segundo o SofaScore)