Polêmica

Zezé Perrella nega dupla função de filho no Cruzeiro e CBF

Lei Pelé proíbe dupla função de diretores em clubes e na entidade que rege o desporto

Por Josias Pereira
Publicado em 30 de maio de 2019 | 20:52
 
 
 
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Uma polêmica envolvendo a relação atual da família Perrella com o Cruzeiro é a presença do filho de Zezé, Gustavo, em um cargo dentro do clube, algo que infringe a Lei Pelé, que proíbe dupla função de diretores em clubes e na CBF. No site da entidade, Gustavo aparece como diretor de projetos estratégicos. Todavia, Itair Machado afirmou, em maio, que Gustavo ocupava o cargo de vice-presidente institucional do Cruzeiro. 

Zezé Perrella confirmou ao SUPER FC que seu filho trabalhou no Cruzeiro, mas que jamais exerceu cargo diretivo. E que esse trabalho já foi finalizado e que ele foi, sim, remunerado. Especula-se que o salário era de R$ 60 mil. Perrella, no entanto, disse que a situação não infringiria a lei.

“Ele prestava serviço no Cruzeiro como pessoa jurídica e, na CBF, como pessoa física e também em tempos e horários completamente diferentes. A norma da CBF diz que ele não pode ter cargos no clube. O Gustavo nunca teve cargo no Cruzeiro, ele se propôs a prestar um trabalho por meio da empresa dele por um período determinado”, disse. 

Perrella explicou qual era a função de seu filho dentro do Cruzeiro. O trabalho durou três meses, com Gustavo pedindo demissão por um motivo que o próprio Perrella estabeleceu. Ainda segundo Perrella, o conselho fiscal tinha total ciência do trabalho remunerado executado pelo filho. 

"Ele se propôs a fazer um trabalho de assessoria no clube, com toda a experiência que ele tem. E foi até algo que nos deixou surpresos porque ele foi convidado pelo presidente que ganhou a eleição da gente. Seria um serviço de três meses e perguntamos se era renumerado. Mas é claro que ninguém trabalha de graça, ninguém trabalha no seu jornal de graça, eu até acho que o presidente do clube deveria receber, mas as primeiras pessoas que souberam que o Gustavo estava prestando um serviço remunerado no Cruzeiro foram justamente o pessoal do conselho fiscal, foram os primeiros a quem comuniquei. Não teve nada escondido. As notas fiscais estão lá, o trabalho foi prestado, não tem nenhum problema em relação a isso e se o cara resolveu trabalhar de graça para alguém pode desconfiar. Se você contratar um cara para trabalhar na sua casa de graça, tu tem que abrir o olho porque ele pode te roubar", disse. 

"O Cruzeiro estava todo desorganizado e o trabalho dele foi no sentido de tentar ajustar a parte administrativa do clube, a parte financeira, foi o que ele se propôs a fazer. E ele só saiu agora por conta da normativa que eu mandei, de quem prestasse serviço para o Cruzeiro, independentemente de ser pessoa física ou jurídica deveria escolher uma posição. O Gustavo renunciou esse salário para continuar conselheiro", encerrou Perrella. 

A suspeita de conflito de interesse e infração à regra da CBF foi levantado pelo jornalista Jorge Nicola, do site Yahoo. À época, Gustavo Perrella apenas afirmou que estava analisando a proposta do Cruzeiro, mas que não exercia nenhum cargo no clube ainda. Seu pai, no entanto, confirmou a prestação de serviços. 

(última atualização às 21h03)

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