COI

Dirigente das Olimpíadas planeja propor adiamento dos Jogos por coronavírus

'O tempo está se esgotando', disse ele sobre Tóquio 2020, marcado para começar no fim de julho

Por Folhapress
Publicado em 11 de março de 2020 | 20:50
 
 
 
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Um membro do conselho executivo do comitê organizador dos Jogos de Tóquio disse nesta quarta-feira (11) que irá propor a possibilidade de adiar os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos, marcados inicialmente para julho e agosto deste ano, devido ao surto de coronavírus.

A ideia, conforme Haruyuki Takahashi relatou à agência Kyodo News, é apresentar a proposta durante reunião do grupo no final deste mês. "Precisamos lidar com o caso com base na realidade. O tempo está se esgotando", disse.

Na terça-feira (10), de acordo com o Wall Street Journal, Takahashi declarou que seria mais realista adiar os Jogos por um ou dois anos, ao invés de cancelar o evento por causa do surto.

"Eu não acho que os Jogos possam ser cancelados, seria um atraso. O Comitê Olímpico Internacional (COI) estaria em apuros se houvesse um cancelamento. Os direitos da TV americana por si só fornecem uma quantia enorme de dinheiro", afirmou Takahashi.

Em resposta nesta quarta, o comitê organizador negou ter conhecimento sobre a sugestão de seu membro e reafirmou que a cerimônia de abertura da Olimpíada continua prevista para 24 de julho.

De acordo com o jornal americano, cerca de 73% das receitas do COI são provenientes dos direitos de transmissão das competições.

Adiar o megaevento, algo que nunca ocorreu na sua edição moderna (desde 1896), vai contra o estabelecido na Carta Olímpica, documento que rege a atuação da entidade. Três edições dos Jogos de Verão já foram canceladas, todas em razão das Guerras Mundiais (1916, 1940 e 1944).

O contrato do COI com a cidade de Tóquio a princípio vale apenas para 2020. No último dia 3, a ministra da Olimpíada do governo japonês, Seiko Hashimoto, admitiu a possibilidade de adiamento caso os Jogos sejam realizados ainda neste ano. De acordo com ela, o contrato dos organizadores com o comitê prevê essa possibilidade.

"O COI tem o direito de cancelar os Jogos somente se eles não ocorrerem dentro de 2020. Isso pode ser interpretado como a possibilidade de os Jogos serem adiados, contanto que sejam realizados durante este ano", disse a ministra. "Estamos fazendo tudo o que podemos para assegurar que os Jogos sigam como planejado", completou.

Nesta quarta, após a declaração de Takahashi, a ministra adotou outro tom a respeito do assunto em discurso ao Parlamento.

"Do ponto de vista dos atletas, que são os principais atores dos Jogos de Tóquio, quando se preparam para este evento que acontece uma vez a cada quatro anos (...) é inconcebível cancelar ou adiar", afirmou Hashimoto.

A ministra declarou, porém, que a palavra final será do comitê: "Pensamos que é importante que o governo ofereça uma informação correta para que o COI possa tomar a decisão apropriada".

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