A primeira etapa da Extreme E, competição off road de carros elétricos, mostrou o que virá pela frente durante a temporada 2021 do novo evento de automobilismo internacional que vai passar por locais extremos do globo levando a importância da sustentabilidade e da proteção ao meio ambiente.
Nas provas que aconteceram no último final de semana no deserto da Arábia Saudita, a pista de alta velocidade de 8,8 km levou os pilotos e seus carros ao seu limite absoluto. O percurso, serpenteando cânions, barrancos e dunas, esteve cheio de rochas e ondulações, com subidas íngremes que são compensadas pela "caída", uma descida de 100 metros a 45 graus, que alguns competidores comparavam com uma pista de esqui.
Acidentes foram inevitáveis e menos mal que contaram com a estrutura efetiva de segurança dos carros para evitar o pior. Tal tecnologia para proteger pilotos e veículos teve participação direta do trabalho da CBMM ( Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração ), empresa mineira, de Araxá.
O Odissey21, nome do carro utilizado nas corridas, teve elaboração do zero da CBMM ao lado da francesa Spark em parceria com a Willians. O carro foi pensado para se adequar a diferentes terrenos e extremas condições climáticas, com a CBMM levando a tecnologia do nióbio para os materiais de alta resistência aplicados, por exemplo, nos chassis, suspensão e carroceria o que deixa a estrutura mais leve e resistente e resulta em economia de energia.
Foi graças a este bom trabalho que a piloto Claudia Hürtgen, da equipe ABT CUPRA XE, saiu ilesa de um acidente espetacular.
"Já na etapa inaugural, foi possível testar no limite a super estrutura e a extrema segurança do Odyssey 21. Ver a Claudia sair caminhando normalmente após um acidente impressionante, numa cena que viralizou no mundo, reforçou que o trabalho foi bem feito e que o uso de materiais de alta resistência ajuda tanto em questões de sustentabilidade como também salva vidas”, Giuliano Fernandes, head de marketing e comunicação da CBMM.
Stéphane Sarrazin se envolveu em um capotamento, também na qualificação, que foi suficiente para que sua equipe ficar de fora do resto do fim de semana pelos danos no carro, mostrando como a proteção funcionou bem.
Na frente
A vitória na primeira etapa ficou com a dupla Johan Kristoffersson e Molly Taylor, da Rosberg X Racing.
“Estamos absolutamente felizes por estarmos aqui e por sermos os primeiros vencedores da primeira rodada da Extreme E. Toda a equipe investiu muito nisso, queríamos muito e não sabíamos o que esperar. Então estar aqui é incrível”, disse Molly Taylor depois de cruzar a linha de chegada na primeira posição.
“Nas condições que tivemos hoje foi uma aposta, mas no final apostamos melhor e conseguimos vencer. Ver Molly dirigir até a linha de chegada foi algo muito especial, foi sensacional estar no pódio e observar a equipe, ver como eles comemoravam. Sei como eles trabalharam duro para isso, é realmente um esforço de equipe, tanto por parte da equipe quanto de Molly e de minha parte, então estou muito, muito feliz”, comentou Kristoffersson.
Todos os carros e equipes já estão à bordo do navio Santa Helena, que tem o Lago Rosa, no Senegal, palco do X Prix do Oceano nos dias 29 e 30 de maio, como próximo destino. A Extreme E ainda vai passar por Groenlândia, Pará e Argentina. Todos os locais são ambientes extremos já danificados ou afetados por questões climáticas e ambientais ao redor do mundo.