Desde que a mineradora Vale acionou o plano de emergência por risco de rompimento da barragem B3/B4, da Mina Mar Azul, em Nova Lima, região metropolitana de Belo Horizonte, a pousada Mata Atlântica, localizada em um bairro vizinho ao distrito de Macacos, se tornou ponto de apoio para a Defesa Civil. Segundo o proprietário, Adalto Fernandes Pinheiro, 70, essa deve ser a única razão para ver o local cheio nos próximos dias. Há dois dias, o empresário comemorava a reserva de quase 90% dos quartos para o feriadão de Carnaval, mas agora se prepara para amargar dias ou até meses de prejuízo.
“Alguns hóspedes já começaram a mandar mensagens para cancelar as reservas. Mas, mesmo se alguém quiser vir, não tem como chegar porque as estradas estão fechadas”, reclama Pinheiro. O empresário mantém a pousada há três anos na região. Segundo ele, a procura por reservas já vinha caindo, o que ele acredita ter sido reflexo do rompimento da barragem de Brumadinho, na Grande BH. “As pessoas descobrem que tem uma barragem perto de Macacos e ficam com medo”, avalia.
Depois da ordem de evacuação, que tirou 110 pessoas de casa na noite desse sábado, Pinheiro acredita que o distrito não vai ser mais o mesmo. “Se (o impacto) fosse só durante o carnaval eu ficava satisfeito. Mas acho que vamos ficar assim pelo menos um ano. Minha expectativa é que Macacos acabe”, lamenta o empresário. Diante do prejuízo certo, ele garante que vai procurar auxílio jurídico para cobrar ressarcimento da Vale.